A visita dos deputados Judson Cabral (PT) e Jefferson Morais (DEM), membros da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Alagoas em algumas unidades de saúde da capital alagoana aconteceu em um dia propício. Longas filas, falta de estrutura e muitas reclamações foram comprovadas pelos parlamentares na manhã desta terça-feira (08).
A princípio, a comissão, presidida por Judson Cabral, teria a presença dos deputados Jefferson Morais, Dudu Holanda, Thaise Guedes e Flávia Cavalcante. Porém, apenas os representantes do PT e Democratas estiveram no 1º Centro de Saúde, Praça das Graças, na Levada, e depois no 2º Centro na Praça da Maravilha, no Poço.
Por sinal, a visita na unidade de saúde da Levada mostrou aos deputados as condições precárias que a população precisa conviver. Longas e demoradas filas, área de permanência insalubre, suja, com vazamentos e até pequenas poças de sangue espalhadas pelo chão.
Além disso, um sério problemas para marcação de consultas e os exames diários, aumenta a irritação da população, como afirma a dona de casa Maria da Conceição Soares, de 55 anos. “Eu cheguei aqui era 05h da manhã e ainda estou esperando. Todo dia é isso. Não venho aqui diariamente, mas quando venho é esse mesmo problema. Todo mundo sofre aqui com a demora, sujeira, falta de respeito, uma verdadeira humilhação”, afirmou.
Diante do caos, o deputado Judson Cabral, que escutava pacientes, criticou a atuação. “Essa situação é folclórica, diante do tempo que está acontecendo. É uma verdadeira humilhação que essas pessoas passam. Por isso estamos aqui para brigar por melhorias”, afirmou.
Além dos problemas habituais, a reportagem do CadaMinuto ainda flagrou alguns casos de emergência e falta de acessibilidade que não foram atendidos. A aposentada Maria do Carmo Silva, de 70 anos, que teve um dedo do pé direito amputado por conta da diabetes aguardava por uma consulta demorada, o que gerou a indignação do filho.
“Minha mãe está precisando ser atendida. São 10h da manhã e a médica não chegou ainda. Ela tem diabetes, está com um problema sério no pé e não pode ficar aqui, mas, só podemos esperar”, afirmou Vicente da Silva.
Outro flagra foi com relação à acessibilidade no local. A jovem Silvana Barbosa carregava a filha Ana Lívia da Silva, de apenas 5 anos, que sofre de paralisia cerebral e precisava marcar um exame, numa batalha que já dura semanas.
Nesta terça-feira, mais uma viagem perdida, tendo em vista que a médica titular está de férias e mesmo com uma substituta, a informação só chegou com atraso e o atendimento para outra data. “Ela precisa ser atendida de três em três semanas. Fico perambulando aqui no 1º Centro, no Pam Salgaldinho e nem sempre consigo. É humilhante, mas, eu preciso fazer isso pela minha filha”, lamentou.
Depois das comprovações na Levada, os dois parlamentares seguiram até o 2º Centro na Praça da Maravilha, que encontra-se fechado desde 2010 para obras que deveriam ser finalizadas em seis meses e estão paradas até esta data.
Com o retrato de mais uma grande unidade médica fechada, superlotando outras na região, o deputado Judson Cabral criticou e afirma que um relatório será feito e os responsáveis serão cobrados. “Esse posto da Praça da Maravilha é uma realidade negativa. Fechado desde 2010, acaba superlotando outras unidades e a população para por isso. Vamos ver o porque desse fechamento e depois disso, iremos convocar secretário, governador, seja lá quem for para prestar esclarecimentos, que podem ser levados inclusive para o Ministério Público”, afirmou.












