Sun Tzu escreveu a Arte da Guerra.  Um pequeno livro em que traz um tratado sobre estratégias militares. Em Alagoas, a cada passo que dá, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, o deputado Fernando Toledo (PSDB), escreve “solitariamente” a Arte da Defesa.

 

O “solitariamente” é pelo fato de Fernando Toledo arrastar sozinho um escândalo que – sejamos justos! – não pertence só a ele. Enquanto a gagueira de Toledo vem à luz – no Fantástico! – o silêncio de outros deputados estaduais supostamente beneficiados com “laranjas” e “fantasmas” passa batido.

 

Uma publicação simples dos comissionados revelando em que gabinetes eles são lotados mostraria bem a cara de quem silencia enquanto Fernando Toledo gagueja escrevendo a Arte da Defesa. Que a Assembleia Legislativa – como já cobrou o deputado Joãozinho Pereira (PSDB)  - tenha a coragem de publicar a lista de comissionados por gabinetes de parlamentares. Que tal?

 

Todavia, o assunto aqui é a Arte da Defesa de Fernando Toledo. O tucano vem construindo uma cartilha interessante diante da sequência de denúncias que aparecem nos noticiários. Eis algumas regras:

 

Primeiro: diga que tudo não passou de um devaneio ou de péssima interpretação de seu “inimigo”, que não conseguiu ser inteligente o suficiente para ler os dados em mãos e levou a imprensa ao erro. Podem pesquisar. Em nota oficial foi o que disse sobre o deputado João Henrique Caldas, o JHC (PTN).

 

Segundo: negue veementemente as irregularidades apontadas. Revele-se amante da transparência e afirme que nada tem a esconder. Explique os erros, ainda que com afirmações inconsistentes, como o pagamento de diárias e indenizações.

 

Terceiro: diante de mais volume de denúncias, escolha alguém a quem culpar. Pode ser até a Caixa Econômica Federal (CEF).

 

Quarto: se não adiantar, volte a frisar que não há irregularidades. No caso dos conhecidos repasses, fale em pagamentos fracionados.

Quinto: fale em apurar possíveis irregularidades. Enfim, diga que se estas forem constatadas os erros serão sanados e o dinheiro será devolvido.

 

Na ausência de sexta regra, gagueje!

 

A cartilha de Toledo não é novidade na recente política alagoana e brasileira. No mais, no próximo ano, a Assembleia Legislativa terá um duodécimo novo. Resta saber se para sustentar velhas práticas. 

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