Foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (25), uma resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que autoriza os farmacêuticos a prescreverem remédios que não exijam prescrição médica. Entre os medicamentos que podem ser vendidos com o aval do farmacêutico estão os antitérmicos, analgésicos e fitoterápicos. A medida tem até 180 dias para ser implantada.
Sobre o teor da resolução o presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF-AL), Alexandre Correia dos Santos disse à reportagem do CadaMinuto que “essa atividade sempre foi praticada nos balcões das farmácias. O CFF apenas regulamentou uma atividade que sempre existiu”.
Com a legalização da prescrição de receitas para transtornos como dor de cabeça ou diarréia, “os farmacêuticos poderão fazer uma breve consulta e indicar o medicamento ao cliente, desde que o remédio esteja na listas dos permitidos pela resolução. Na receita deverá constar a assinatura e o carimbo do farmacêutico”, destacou o presidente do CFF-AL.
Em Alagoas existem aproximadamente 1200 farmacêuticos e 1500 farmácias. Alexandre Correia reforça que a categoria é apta a trabalhar em até dois estabelecimentos. “A fiscalização às drogarias é feita constantemente. Aquelas que não possuem farmacêuticos são autuadas”, reforçou o presidente do CFF-AL.
Polêmica
Diante da nova resolução do CFF o presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), Fernando Pedrosa afirmou que “essa é uma atitude ilegal. O Conselho Federal de Medicina vai entrar na justiça. Já que o Ministério da Saúde pouco se importa com a saúde da população então teremos que apelar para a lei”.
O presidente do Cremal mostrou-se preocupado com essa resolução. “Assim como os farmacêuticos, outros profissionais que atuam de forma direta ou indireta na saúde poderão requerer também o direito a consultar e prescrever medicamentos. Isso é muito sério e vai criar um problema dentro da área da saúde”, disparou Pedrosa.
Segundo o presidente do Cremal quem tem conhecimento para diagnosticar uma doença é o médico. Para isso ele estudou. “Não é apenas aferindo a glicose que se diagnostica uma pessoa como diabética. E assim com outras moléstias. Vamos ter problemas terríveis e com a saúde não se brinca”, disse Fernando Pedrosa.