O vice-governador de Alagoas, José Thomaz Nonô (Democratas), viaja para Brasília amanhã – dia 24 – para uma reunião com o presidente nacional do Democratas, o senador José Agripino Maia. Na pauta: o futuro político dentro da legenda.
Nonô vem conversando com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e teve uma conversa considerada produtiva com o presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves.
De acordo com o vice-governador, não existe martelo batido. “Em outros tempos, tomaria uma decisão solitária. Mas agora quero uma decisão solidária e tenho conversado bastante com o PSB, o PSDB e o Democratas”, ressaltou.
Nonô revelou – em conversa com este blogueiro – que a posição de Eduardo Campos ao entregar os cargos no governo federal o fez “vislumbrar uma postura de uma candidatura independente”.
“Eu nunca afirmei que sairia do Democratas. Eu estou conversando com muita gente. Eu tenho que conversar estas alternativas. Eu tive outros convites, que rejeitei de imediato. Agora, tenho que ponderar o convite do Eduardo Campos, que é um amigo, que mostra independência. Mas cada convite tem que ser pensado. Tenho que pensar carinhosamente”, colocou.
Ninho tucano
Nonô deixou a entender – nas entrelinhas – que a conversa que teve com Aécio Neves, no sábado passado, também pode render novidades. “Conversei longamente com Aécio Neves. Nossa conversa foi muito boa. Não fui para a convenção, porque era um encontro do partido”.
Ao avaliar a candidatura do senador tucano à Presidência da República, Nonô destacou: “eu acho que ele é um candidato forte. O PSDB se consolidou como a oposição, embora o Democratas tenha feito uma oposição mais rigorosa, porém nosso espaço era menor no Congresso. No cenário atual, o governo é Dilma e a oposição é Aécio”.
Sobre Eduardo Campos? “Ele faz uma proposta regional. Para o imaginário coletivo é isto. É um quadro que pode ter interferência com a presença da Marina Silva (Rede) no processo, por exemplo”.
Cenário local
Nonô destacou que também conversou com Aécio Neves sobre o quadro local. Uma das avalições é que o único palanque que garantiria todas as portas abertas para o senador tucano é a aliança com o Democratas. Em outras palavras, José Thomaz Nonô é o único nome – entre os candidatos ao governo – totalmente livre para prestar este apoio, já que Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP) estão na base de Dilma Rousseff (PT).
“Foi uma avaliação. Todavia continuo com a posição de que muito se define a partir da postura do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Se ele deixar o governo, muda muita coisa, porque eu sou governador”, frisou. O vice-governador ainda usou de metáfora: “eu não me preocupo em saber como as nuvens estão agora, porque a chuva que define tudo só vem no próximo ano”.
“Na conversa com Aécio Neves, fiz questão da presença do governador Teotonio Vilela Filho. Eu fiz minhas reflexões, com ele presente. Você sabe que nessa época aparece muito o ‘disse isso’ e o ‘disse quilo’. São vários nomes cogitados para o governo. O Aécio só tem palanque com José Thomaz Nonô”, complementou.
Sobre o excesso de cautela, enquanto todo mundo já se move, Nonô lembrou um fato das eleições de 2010. “Fui chamado para ser candidato a vice na véspera do prazo da convenção. O governador me disse: ‘você tem uma eleição para deputado federal quase garantida, então vou lhe mostrar a pesquisa. O Collor tinha 41%, o Ronaldo 28% e o Téo tinha 14%. Ganhamos. Em três meses se ganha uma eleição perdida, ou se perde uma eleição ganha”.
Em resumo, Nonô deve discutir com Agripino o cenário local posto e discutir com ele o mesmo que pontuou sua conversa com o PSB e o PSDB: a conjuntura política local e nacional, a sucessão e o papel da oposição ao governo Dilma. Se chegará ou não de Brasília com a decisão já tomada, aí é para aguardar o voo da volta...
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