Em Alagoas, participando do encontro regional do PSDB, Sérgio Guerra defendeu a composição de um leque de alianças que sustente a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) à presidência da República. “Eu não diria que temos um nome imbatível, mas é um candidato forte e nós confiamos”, colocou Guerra, ao falar da entrada – em definitivo – de Neves na disputa.
O cacique dos tucanos reconheceu que o maior desafio é ganhar “terreno” na região Nordeste, já que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem pontuado bem nas pesquisas. “É importante começarmos uma caminhada pelo Nordeste, pois é uma região que foi esquecida pelo governo federal. Saber como poderemos ajudar um Nordeste, por exemplo, é uma boa pergunta. É este diálogo que estamos fazendo nos encontros regionais que estão acontecendo, como este aqui em Alagoas”, salientou.
Sérgio Guerra definiu o Nordeste como uma região que precisa encontrar um caminho forte de desenvolvimento social e econômico. “É preciso discutir e assimilar ideias. O governo federal atual é um governo que não conclui obras e isto tem afetado muito o Nordeste”, frisou ainda. Ao falar sobre política, indaguei como ele esperava que o PSDB crescesse como oposição na região se o governo tucano-alagoano – por exemplo – construiu uma relação bastante estreita com Dilma Rousseff e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Chegou ao ponto do governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), ser definido como “tucano de estimação da presidente”.
Guerra respondeu: “o governo do Estado de Alagoas mantém uma relação boa com o governo federal, mas não com o PT. Esta relação é necessária, por conta da execução de programas. Mas a diferença é grande entre o PT e o PSDB”. Ele acredita que vai poder contar com o apoio de Teotonio Vilela Filho na construção da candidatura de Aécio Neves em Alagoas.
Entretanto, o palanque de Aécio Neves em Alagoas também terá que lidar com o desgaste do governo de Vilela, além do fato da aproximação entre os tucanos-alagoanos e a administração petista. Em 2010, por exemplo, foi nítido o distanciamento entre a campanha de reeleição de Vilela e a campanha presidencial de José Serra (PSDB). De acordo com bastidores políticos, um distanciamento proposital, em função da relação entre Teotonio Vilela Filho e o ex-presidente Lula.
Guerra também falou sobre a condição de José Serra no “ninho tucano”. “Não tenho acompanhado os diálogos do Serra com outros partidos, mas acredito em sua permanência no PSDB”. Sobre a saída do PSB da base do PT, o tucano-mor colocou: “a saída do PSB da base governista muda mais para o Brasil do que para o PSDB. É melhor para a democracia do que para o PSDB. A eleição fica mais equilibrada”. O tucano demonstrou respeito pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, reconhecendo força em sua candidatura.
Ao ser indagado sobre a relação entre a quantidade de candidaturas e um segundo turno, Sérgio Guerra disse que “o segundo turno já foi garantido pelas manifestações que ocorreram no Brasil e que demonstraram a insatisfação com o atual governo da presidente Dilma Rousseff”.
STF
O tucano encerrou a coletiva improvisada avaliando a decisão do Supremo Tribunal Federal em relação aos embargos infringentes, dando uma nova chance aos envolvidos no mensalão; e falou também sobre a construção do palanque tucano para 2014.
Em relação ao STF, disse: “apesar das questões técnicas e jurídicas, não foi uma decisão positiva para o país. A luta é para que corruptos sejam punidos. Agora, ou se adiou a punição ou a impunidade”. Sobre o leque de alianças pensando na disputa da Presidência da República, Guerra resumiu: “o PSDB precisa de um palanque vá além dele mesmo, por isto estamos discutindo alianças. Só não temos diálogos com o PT. Fora disto, outras alianças são possíveis. Com o PT não, pois é um governo que ao invés de governar só faz campanha e não conclui nada. O PSDB tem uma metodologia de trabalho diferente, como mostram as conquistas do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Queremos um governo que trabalhe mais para o país”.
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