De acordo com o Minidicionário da Língua Portuguesa de Evanildo Bechara, a palavra salário (página 797) tem por definição “REMUNERAÇÃO paga a um TRABALHADOR”. Simples assim. Ou seja: para que este recurso seja justo, é necessário que se trabalhe por ele. Qualquer explicação mirabolante – que fuja a lógica – é de se estranhar. Pode servir apenas de subterfúgio para maquiar algo revoltante: ter acesso a dinheiro público – por meio de cargo comissionado ou efetivo – sem trabalhar.
Esta é a suspeita que recai sobre os vereadores por Maceió, Silvânia Barbosa (PPS) e Davi Davino (PP). E estes – como figuras públicas – devem sim explicações à sociedade. Não basta se apoiar apenas na “legalidade” da nomeação para o cargo que exercem na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.
Ora, é mais do que natural que se indague o seguinte: como podem os vereadores que exercem função na Casa de Mário Guimarães terem tempo de sobra para se dedicarem ao trabalho na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas? Em qual horário trabalham? Que trabalho executam? Em resumo: o que de fato fazem no parlamento estadual os nobres edis que se dedicam ao parlamento-mirim?
Estas respostas precisam surgir de forma detalhada. Se não há ilegalidade, há resposta fácil para a questão! Sem contar que a imprensa não escolheu o caso dos vereadores como “bode expiatório”. O caso dos vereadores não foi ESCOLHIDO, ele foi REVELADO diante da folha salarial da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Assim como foi mostrada a lista de ouro, prefeitos, ex-deputados, e por aí vai...que estavam recebendo pela Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas enquanto – aparentemente – se dedicavam a outra função.
Não concordo com Silvânia Barbosa quando ela afirma – em uma entrevista à Gazeta de Alagoas - que foi pega como “bonde expiatório”. O que se cobra aqui é uma explicação de figuras públicas para um FATO. O vereador Davi Davino destacou para a imprensa que a lei permite que o vereador acumule funções, desde que não comprometa sua atuação na Câmara Municipal.
Mas, vamos para além do respaldo legal: qual o horário de trabalho e o que de fato estes servidores produzem? Baseado na definição de Evanildo Bechara, pergunto: é uma remuneração por um trabalho executado? As respostas precisam ser mais detalhadas, por dois motivos: trata-se de dinheiro público e de figuras públicas em cargos eletivos. E aqui se faz a indagação sem qualquer tipo de prejulgamento, sem buscar bodes expiatórios, mas simplesmente em busca da VERDADE.
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