O deputado estadual Antônio Albuquerque (PTdoB) defendeu – durante uma das sessões da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas – que a TV Assembleia tivesse o sinal aberto. Atualmente, é restrita a programação a cabo.

 

Na visão de Albuquerque, a TV Assembleia com sinal aberto possibilitaria que o cidadão tivesse uma visão real do trabalho dos parlamentares estaduais. Que não fosse apenas abastecido pela cobertura da mídia.

 

O que a opinião pública tem cobrado da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas é justamente transparência. A TV com sinal aberto, evidentemente, que ajudaria o acompanhamento do parlamento por maior parte da população. Para Albuquerque, uma maneira de separar “de forma mais verdadeira entre o que somos e o que é dito pela mídia”.

 

Porém, o sinal aberto de uma “televisão oficial” está longe de ser um ato para mostrar quem de fato são os deputados estaduais, mesmo sendo um avanço importante do parlamento para garantir melhor diálogo com a sociedade.

 

Afinal, muitos dos escândalos que estão sendo denunciados pela imprensa – após os pronunciamentos de João Henrique Caldas, o JHC (PTN) - são pautados por indícios de irregularidades do parlamento estadual com base em dados da própria Casa de Tavares Bastos.

 

Indícios de malversação de dinheiro público, de funcionários fantasmas, de sonegação fiscal, de improbidade administrativa, de desrespeito a Lei de Responsabilidade Fiscal, dentre outras supostas irregularidades. Indícios com base na análise da movimentação financeira da própria Casa. Indícios que já renderam 23 inquéritos por parte do Ministério Público de Contas.

 

Indícios estes que são reforçados por um passado da Assembleia Legislativa que incluem casos envolvendo crimes de mando e a Operação Taturana, que apontou um desvio de R$ 300 milhões. Será que diante de tantos indícios o maior vilão é mesmo a imprensa?

 

Se estas irregularidades ficarem de fato confirmadas, não terão sido traçadas com as câmeras oficiais ligadas, ao vivo, e no parlamento. Faz parte de um bastidor da Assembleia Legislativa que precisa ser passado a limpo. Não será um “canal oficial” que irá fazer. 

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