Ao justificar a não-assinatura pela CPI na Assembleia Legislativa, o deputado Marquinhos Madeira (PT) disse que o faria, se a 'Executiva mandar'. Neste caso, a Executiva Estadual do partido.
Marquinhos tem motivos para crer no seu "taco" político.
Quem manda em parte desta Executiva é o ex-prefeito de Maragogi, Marcos Madeira, pai do deputado.
"Marcão" tem boas relações com o Palácio República dos Palmares- que não quer a CPI. Tem ótimas relações com alguns setores da Polícia Civil. Tanto que esteve foragido no esquema de fraudes em Maragogi- levado adiante por ele, é o que dizem as investigações do Gecoc- e nunca foi "encontrado". Todos os moradores de Maragogi sabiam onde estava Marcos Madeira.
Marquinhos também tem ótimas relações com o PT, que não desfiliou a ex-prefeita de Anadia, Sânia Tereza, acusada de matar o vereador Luiz Ferreira (PPS). Portanto, o risco de sofrer punição por não seguir uma orientação da bancada- a assinatura da CPI- é quase zero.
Marquinhos é um deputado relaxado e pouco atuante- adjetivos menos duros- na Casa de Tavares Bastos. Sua atuação é irrelevante e só tem força política pela satisfação de chegar a Maragogi e estender seus domínios na Prefeitura e ajudar o pai a alçar voos a outras cidades da região, onde tentar ser prefeito intinerante.
No esquema de corrupção da Assembleia, o silêncio pode significar que os subterrâneos da política atuam sem chamegos ou dengos. Mas, mostram também o lado de cada um, incluindo os neutros, aqueles que optam pelos mais fortes e já consagrados no imaginário popular.