O dólar comercial opera em queda em relação ao real nesta quinta-feira, cotado a R$ 2,44 às 10h20, depois de atingir a maior cotação de fechamento em quase cinco anos na sessão anterior (R$ 2,45).

O dólar avançou cerca de 2% ante o real e renovou a máxima em quase cinco anos ao chegar ao patamar de R$ 2,45 na quarta-feira, diante de forte movimento especulativo e após investidores interpretarem a ata da última reunião do Federal Reserve (FED, banco central americano) como um sinal de que a redução do estímulo nos Estados Unidos está próxima.

O dólar avançou 2,39%, para R$ 2,4512 na venda, após tocar R$ 2,4523 na máxima do dia. É o maior nível de fechamento desde 9 de dezembro de 2008, quando ficou em R$ 2,473 na venda, auge da crise internacional.

O movimento aconteceu mesmo com a forte atuação do Banco Central (BC), que fez dois leilões de swap cambial tradicional - equivalentes a venda futura de dólares. O BC distribuiu comunicado ao mercado, no final da tarde de quarta-feira, no qual anunciava que vai fazer dois leilões nesta quinta-feira para venda de até US$ 4 bilhões no mercado interbancário de câmbio. Serão leilões compromissados com recompra futura pela autoridade monetária.

Os leilões, a cargo do Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin) estão agendados para as 11h15 e as 11h30, e deles poderão participar, exclusivamente, instituições credenciadas pelo BC para operar câmbio, conhecidas no jargão do mercado como dealers.

As operações de venda serão liquidadas no dia 26 e as liquidações de compra pelo BC ocorrerão em 1º de novembro deste ano e 1º de abril do ano que vem, respectivamente. A taxa de câmbio para acolhimento das propostas será a taxa de venda registrada pelo BC no boletim das 11 h de amanhã.

O uso das reservas internacionais para enfrentar a alta cotação da moeda americana, faz parte da estratégia do presidente do BC, Alexandre Tombini, que cancelou uma viagem que faria aos Estados Unidos para reunião com dirigentes de bancos centrais.