As afirmações do perito alagoano George Sanguinetti voltaram gerar polêmica sobre crime de grande repercussão nacional. A pedido de uma emissora de TV paulista, o especialista analisou imagens sobre as posições dos corpos da família do casal de policiais militares em São Paulo. Sanguinetti discordou da tese apresentada pela PM e Perícia de do Estado de São Paulo, e afirmou que o garoto Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, filho do casal, não foi o autor dos assassinatos.

Segundo ele, analisar o crime por fotos é uma coisa, já que acompanhar todo o desenrolar dos fatos é o necessário. Porém, premissas básicas em criminalística e medicina legal, apontam que a posição dos corpos leva a uma tese diferente abordada até agora sobre o  crime, começando pelo “possível” autor do crime, o filho do casal.

“O membro superior direito, encontra-se em flexão, braço-antebraço na parte anterior do tórax dirigindo-se para o lado esquerdo da cabeça, onde a mão direita encontra-se na parte esquerda do segmenro cefálico.O membro superior esquerdo, braço-antebraço, em ângulo de 90 graus e a região palmar voltada para o dorso. Foi afirmado que o menor era canhoto, impossível disparar arma de fogo com a mão esquerda, na têmpora esquerda e a mão direita, ser encontrada na posição final, onde foi, do lado esquerdo, e a mão esquerda fletida para o dorso, apresentando o braço esquerdo-antebraço, rotação para o dorso”, disse.

Em tempo, o perito alagoano fez questão de ressaltar que não está contestando o trabalho dos profissionais paulistas, tendo em vista que fez as análises a convite da Emissora da TV de São Paulo “Rede TV”.  “Não estou contestando o trabalho da Polícia de São Paulo, apenas estou apresentando a " linguagem do cadáver de Marcelo" onde diz claramente que não foi autor do tiro que o matou", afirmou.

Em entrevista a Rede Record, o Coronel da PM paulista, Paulo Telhada, que trabalhou com o  Sargento da Rota, Luís Marcelo Pesseghini, assassinado na chacina, afirmou que é normal não terem sido encontrados vestígios de pólvora não mão do garoto, tendo em vista a arma usada no crime, uma  .40.

"A ausência de exame residuográfico positivo também tem muita importância, como também na epiderme- derme chumbo. pólvora, antimônio, bário. Como o tiro teria sido com arma apoiada, também sangue e outros materiais orgânicos resultantes da explosão dos gases (lesão de Hoffmann ou buraco de mina)", ressaltou Sanguinetti.

Apesar de ter feito suas análises, o perito faz questão de manter cautela e não bater de frente com a Polícia Militar, o Instituto de Criminalística e por fim a Justiça do Estado de  São Paulo. Isso porque, em 2008, durante a repercussão  do assassinato da pequena Isabela Nardoni, caso do qual Sanguinetti participou como perito contratado pela defesa do pai e madrasta da criança, além das análises, discordou da perícia local, afirmando que, para se livrar da condenação e ainda omitir o crime de pedofilia, uma terceira pessoa teria jogado Isabella da janela.

Sanguinetti diz ainda que a esganadura apontada na necropsia não existiu e justifica sua afirmação alegando que o exame externo do corpo não apontou nenhuma lesão, escoriação ou arranhão produzido por unhas na região do pescoço.

Essas e outras informações estavam em um livro sobre o caso, denominado, “A Condenação do casal Nardoni – erros e contradições periciais”, que na época, ano de 2008, foi proibido de ser lançado, por decisão do juiz Enéas Costa Garcia, da 5ª Vara Cível do Fórum de Santana, na capital paulista.