O emprego na indústria brasileira registrou em junho o 21º resultado negativo na comparação com o mesmo mês do ano passado. A queda, na série sem ajustes, foi de 0,4%, com o contingente de trabalhadores apontando redução em nove dos 14 locais pesquisados.
De acordo com os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o principal impacto negativo sobre a média global foi na região Nordeste (-3,5%), pressionado em grande parte pelas taxas negativas em 14 dos 18 setores investigados, com destaque para as indústrias de refino de petróleo e produção de álcool (-13,4%), de minerais não-metálicos (-7,6%) e de extrativas (-6,6%).
O índice acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 1,1% em junho de 2013, assinalou quedas menos intensas do que as registradas em fevereiro (-1,5%), março (-1,4%), abril (-1,3%) e maio (-1,2%).
Neste ano
Em junho de 2013, o pessoal ocupado assalariado na indústria mostrou variação nula (0,0%) frente a maio, na série livre de influências sazonais, após registrar queda de -0,4% em maio e também ficar estável em abril último. Assim, a média móvel trimestral assinalou variação negativa de 0,1% no trimestre encerrado em junho frente ao mês anterior, e permaneceu com o comportamento de estabilidade desde julho do ano passado.
No índice mensal, o total do pessoal ocupado assalariado recuou em dez dos 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas vindas de calçados e couro (-5,4%), outros produtos da indústria de transformação (-3,8%), máquinas e equipamentos (-1,7%), vestuário (-1,8%), madeira (-4,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-1,6%). Por outro lado, os principais impactos positivos sobre a média da indústria foram observados nos setores de alimentos e bebidas (1,7%), borracha e plástico (2,5%) e meios de transporte (1,3%).
Queda no número de horas pagas
Em junho deste ano, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, caiu 0,6% frente ao mês imediatamente anterior, segunda taxa negativa consecutiva, acumulando no período perda de 1,2%.
Assim, a média móvel trimestral assinalou ligeira variação negativa de 0,1% na passagem dos trimestres encerrados em maio e junho, após registrar 0,3% em abril e 0,1% em maio.
As principais influências negativas vieram de calçados e couro (-6,5%), outros produtos da indústria de transformação (-4,6%), máquinas e equipamentos (-2,4%), produtos têxteis (-3,6%), produtos de metal (-2,5%), vestuário (-1,6%) e madeira (-4,5%). Já o setor de alimentos e bebidas (2,1%) assinalou o principal impacto positivo nesse mês, seguido por meios de transporte (3,0%) e borracha e plástico (3,2%).
Folha de pagamento também recuou
Em junho deste ano, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria ajustado sazonalmente caiu 1,4% frente ao mês imediatamente anterior, revertendo dois meses seguidos de taxas positivas, que acumularam ganho de 1,8%.
Vale destacar que no resultado desse mês observa-se a clara influência da queda de 21,7% assinalada pelo setor extrativo, pressionado em grande parte pela elevada base de comparação, já que essa atividade mostrou crescimento de 29,4% em maio último, por conta do pagamento de participação nos lucros e resultados em importante empresa do setor.
Cabe ressaltar que, nesse mesmo tipo de comparação, a indústria de transformação apontou ligeira variação negativa de 0,2% nesse mês, após acumular expansão de 2,9% entre os meses de fevereiro e maio.