Alagoas acumula índices vergonhosos. Para piorar, até a presente data, nenhum dos projetos políticos que estiveram, ou estão no poder conseguiram dar respostas ao problema. Por anos, o abismo que reflete o atraso: de um lado a grande massa que sofre com tais índices; do outro uma casta de privilegiados que – por incrível que pareça – lucram com estes índices, pois se lambuzam no banquete do poder.

 

Os casos de corrupção e a história de sangue e violência que marca o Estado – com a contribuição significativa da omissão do Executivo, da Assembleia Legislativa e até da lentidão do Judiciário – são os fios condutores de um passado que fez com que desaguássemos no atual presente e – por muitas vezes – nos desesperássemos em relação ao futuro por não enxergar projeto alternativo.

 

Mas, não podemos nos desesperar. Nossa terra é linda e cheia de pessoas de bem, que querem o melhor e possuem esse sentimento cívico.

 

O mês de julho trouxe novos índices estampados nos jornais. A informação é nova e, paradoxalmente, é ao mesmo tempo “mais do mesmo”. Há quantos anos seguidos Maceió – uma cidade de beleza sem igual – acumula o título de a mais violenta do país? Há quantos anos temos índices na Educação que sempre estão no final da tabela? E agora, o mais recente: campeões em mortalidade infantil.

 

Um Estado que mata 30,2 crianças a cada mil. Destes mil que sobrevivem, uma significativa parcela será assassinada. Grande parcela dos que ficarão vivos encontrarão em sua adolescência e juventude uma educação pública de péssima qualidade como revelam os números. Ou seja: numa reflexão em que se associa os índices, a realidade ainda se faz muito mais preocupante.

 

As estatísticas são frias? Não tão frias quando a insensibilidade dos que tiveram em mãos as possibilidades de mudar este quadro, mas optaram por lavar numa pia. Em alguns momentos, nesta pia correu sangue. E onde estão estes? Com terno e gravata; com motoristas e assessores; sustentando fantasmas; direcionando o rio de recursos públicos para que sempre favoreça as castas?

 

Chega ser irônico, por exemplo, que em meio a dados tão preocupantes, a pasta Educação estadual seja submetida a barganha política.

 

Os dados assustadores param por aí? Infelizmente não! O jovem que sobreviver e superar a qualidade ofertada de ensino público parte para um mercado de trabalho que – conforme os dados do Caged de 2013 – mais fechou postos de trabalho no país. Nos aproximamos dos 200 anos. Precisamos mudar os rumos de nossa história urgentemente.

 

Claro que não se faz isto do dia para a noite, mas se faz com o primeiro passo. 

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