O senador Renan Calheiros (PMDB/AL) é um político pragmático. Acalenta – como posto nos bastidores – o sonho de governar o Estado de Alagoas. Cargo que já disputou no passado. Mas, sabe da necessidade da cautela para definir caminhos. Principalmente diante de um PMDB local que não sofre escassez de quadros para uma disputa, como o próprio presidente do Congresso Nacional reconhece.

 

Por conta disto, nada de “ponto sem nó”. O recesso de Calheiros serviu para que ele peregrinasse bem pelo Estado e conversasse com forças políticas e empresários, conforme os bastidores políticos. No discurso oficial, como já mostrou este blog, a “busca do que é melhor para Alagoas”. No discurso real, o entendimento e a montagem do tabuleiro de xadrez. As eleições estaduais foram antecipadas e não há mais retorno. O que há é uma definição clara de estratégias. De um lado, os mais afoitos. Do outro, os cautelosos.

 

Entre os afoitos, o senador Benedito de Lira (PP) que já se declara pré-candidato ao Palácio República dos Palmares. Na linha dos que preferem antecipar a carroça ainda que atropele os bois, está o senador Fernando Collor de Mello (PTB). Este adota um discurso dúbio, que tanto pode servir para disputar a reeleição ao Senado Federal, quanto o governo do Estado de Alagoas.

 

Entre os cautelosos, a figura do vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas), que se movimenta como candidato nos bastidores. É inegável. Tem gravado todas as suas entrevistas, estudado posições, mas sido extremamente cuidadoso com as declarações públicas. Com cautela, também anda Renan Calheiros. Foi isto que fez durante o recesso. Com um partido forte nas mãos, com o apoio da presidente Dilma Rousseff, e com a habilidade política que possui, Calheiros pode ir em busca do cenário perfeito para concorrer ao Palácio República dos Palmares. Inclusive, induzindo o discurso da aclamação. Do tipo: “serei candidato porque assim o povo quis”.

 

Renan Calheiros é um grande enxadrista da política. Observem: evitou fazer análise do governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB) na mais recente coletiva, pois sabe da possibilidade de reaproximação; concedeu entrevista ao lado do suplente Fábio Farias (uma forma de torna-lo visível?); não quis entrar em detalhes sobre as declarações de Collor que lançam Renan ao governo; detalhou em minuciosas os pontos positivos do Senado Federal na função executiva de presidente da Casa; não confirmou candidatura e abriu espaço para mais dúvidas do que certezas. Renan Calheiros sabe que a hora é de peregrinar e esperar. Sabe que sua posição define muito do quadro. 

O interessante é que com os quatro possíveis nomes postos na mesa, nenhuma candidatura dita “alternativa” tenha se colocada em campo! 

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