Desde a saída do ex-secretário de Educação, Adriano Soares, que se vivencia uma novela em Alagoas para saber quem será o futuro titular da Secretaria de Educação do Estado. O motivo? O ingrediente político do espaço a ser ocupado e seus benefícios.
A pasta da Educação é uma “fatia” do governo do Estado que pertence ao senador Benedito de Lira (PP), como já pertenceu ao PMDB do senador Renan Calheiros, antes de romper com o atual governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Como já foi também do PPS, com Rogério Teófilo, que hoje se encontra em ninho tucano.
Em outras palavras: a pasta nunca foi do governo. Fica aí explicado a descontinuidade de serviços e a dificuldade para se dar respostas a problemas crônicos (que se arrastam a vários governos) do setor, como a ausência de informatização, a imprecisão de dados, o calendário escolar, as questões pedagógicas e por aí vai...
A pasta não se encontra acéfala, é bem verdade. Por lá, há a secretária adjunta Josicleide Moura. Mas o que pode ela fazer se não é titular? Tocar o cotidiano da pasta sem implantar uma filosofia, seja de continuidade ou de mudanças de rumos do que está posto. Assusta é isto ser um problema secundário. Pois o problema principal é manter o espaço político, nem que para isto demore o tempo de uma novela para se encontrar um nome do PP que tenha o aval do governador Teotonio Vilela Filho. É o que se coloca na imprensa e nos bastidores. O resto pode esperar.
Todo dia um capítulo que assim se ensaia na cantiga de grilo: um grita: “a reunião é hoje”; o outro responde: “é não! É amanhã!”. Agora, nas discussões sobre a busca de um perfil técnico, eis que é citado – pelo jornalista Odilon Rios em seu blog – o nome do deputado federal Arthur Lira (PP), filho do senador Benedito de Lira. Se verdade for, que perfil técnico terá o parlamentar e seu passado? Ficou difícil achar um secretário? Que o leitor reflita sobre os motivos desta dificuldade.
E alguém grita: “desta semana não passa!”. E agora, o que gritarão de volta? Por enquanto, segue a novela...
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