O vice-governador de Alagoas, José Thomaz Nonô (Democratas), falou bastante sobre o cenário político de Alagoas, durante a entrevista que concedeu ao Blog do Vilar Ao Vivo, no dia de ontem, 24.

Nonô não revelou se é pré-candidato ao governo do Estado, ou não. Mas, a avaliação é deste que vos fala, dá sinais claros de que está pronto para a disputa. Sabe que ocupa espaços dentro do governo no qual pode explorar mais o perfil de Executivo.

“Eu sou o vice mais espaçoso do país. Quem me dá este espaço é o governador. Eu procuro retribuir trabalhando”, frisou Nonô em uma de suas declarações. Pelo cenário posto, Nonô pode ter um embate palaciano contra o senador Benedito de Lira (PP), na busca por aglutinar as forças da situação.

Indaguei ao vice-governador se esta disputa interna já havia se iniciado. Ele afirma que não.  “Nunca. As situações são bem diferentes. O senador Benedito de Lira, a quem estimo e foi meu colega durante muito tempo na Câmara dos Deputados, tem se colocado claramente como postulante ao governo do Estado. Sua postulação é legítima”.

Na avalição de Nonô, além de Benedito de Lira, Collor pode postular o cargo ao governo. O vice-governador salienta que a posição tomada pelo senador do PTB hoje é dúbia. “O senador Fernando Collor tem colocado uma inspiração bipartida, pois seu discurso permite entender que ele pode ser candidato ao Senado ou ao governo. Então, estas duas pré-candidaturas são colocadas com clareza”.

O democrata coloca ainda que segue na crença de que política é como nuvem. Cada hora está de um jeito. Ao mesmo tempo que Nonô reconhece a legitimidade de quem postula a pré-candidatura, alfineta os ‘adiantados’: “Eu tenho procurado ajudar o governo e Alagoas. Eu não ajudo Alagoas e o governo precipitando uma discussão estéril, inócua e sem resultado. Quem quer fazê-la, que faça boa viagem. No ano que vem, em 2014, nós vamos olhar as nuvens e saber se há condições ou se não, e a partir daí conversarmos”.

Complementa: “não sou menino, tive seis mandatos de deputado federal. Vamos supor que quatro possíveis e imaginárias forças políticas sejam Collor, Renan, Benedito e eu. Ora, nenhum de nós se elege sozinho. Nenhum! Na minha visão, nenhum de nós é capaz de dizer sozinho, sou candidato e vou ganhar a eleição. Vai ter que haver muita conversa”.

Nonô assume uma postura de cautela, mas afirma o gostar do Executivo. “Achei a minha volta ao Executivo extraordinária. Os mais jovens não lembram do Nonô na função Executiva. É uma discussão que vou participar. Mas é para abril de 2014, com a decisão do governador sobre se ele fica ou se sai (caso Teotonio Vilela Filho (PSDB) se candidate ao Senado). Quando ele decidir, por mais escuro que esteja o céu neste dia, vai se abrir uma faixa luminosa extraordinária. O que espero é que a indignação das ruas permanecer. Isto anima todos nós em 2014”.

O vice-governador acredita que posição de Teotonio Vilela Filho no xadrez político vai definir muita coisa.  Nonô também avaliou a presença do senador-enxadrista Renan Calheiros (PMDB) no jogo. É um possível postulante ao Palácio República dos Palmares. “O senador Renan Calheiros tem uma posição de destaque no Senado Federal. É uma liderança inconteste dentro do Estado de Alagoas e lhe permite almejar – querendo – o governo do Estado”, foi enfático.

O líder do Democratas em Alagoas comentou ainda sobre as recentes pesquisas eleitorais em que seu nome é citado nas intenções de voto. “Eu fico feliz das pesquisas falarem de José Thomaz Nonô. Vejo com satisfação, pois jamais disse a ninguém que seria candidato, ninguém fala oficialmente – ninguém político, seja deputado, prefeito, enfim – de uma candidatura. Acho que os números que apareceram no Ibope só me enchem de alegria porque é um reconhecimento do que temos feito para ajudar o Teotonio Vilela Filho neste processo”.

Pedi para que Nonô ainda definisse o senador Benedito de Lira em uma única frase. Eis a sentença: “um grande parceiro e dançarino incomparável”.  Mas quem ficará no baile palaciano? Quem dança?

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