O deputado estadual João Henrique Caldas, o JHC (PTN), avaliou – na noite de ontem, dia 16, durante a entrevista ao Blog do Vilar ao Vivo – a nota divulgada pela Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas em que tenta explicar os repasses da “lista de ouro”, em que 61 comissionados ganharam R$ 7 milhões em um ano.

A nota afirma que JHC teria conduzido a imprensa ao erro, além de colocar que os repasses constituem salários, diárias e indenizações. “A nota que foi divulgada pela ALE é totalmente criminosa.  Não explica absolutamente nada. Não há transparência. É uma situação que eu não gostaria de está lembrando, mas de 2011 para cá nada mudou no parlamento estadual”, colocou o deputado.

“A nota é que induz todos nós em erro. Mais grave ainda: subestima todos nós. É uma nota de uma Mesa que acha que somos todos infantis ao ponto de não saber o que acontece na Assembleia Legislativa. Eu até me questiono a capacidade de alguns de achar que todo mundo é bobo e que não faz uma análise crítica. A documentação enviada pela primeira vez da ALE foi mentirosa, com dados falsos, maquiados e omitindo informação”, diz.

O deputado estadual ainda complementa: “há muito tempo colou essa mania de dizer que foi um equívoco, que iria consertar, mas agora todos nós já sabemos que a mesma prática de antes continua na Assembleia. Ninguém aguenta mais e toda Alagoas sabe o que acontece no parlamento. Claro, nós temos que analisar para que se detalhe e de uma vez por todas possamos passar a Assembleia Legislativa a limpo. Todos alagoanos sabem o que existe no parlamento de Alagoas”.

“Os valores que estão lá não aparecem em contracheque, são depositados aleatoriamente e não há nem como dizer que é gratificação por dedicação. Flagrantemente é uma forma de tentar burlar a movimentação financeira. Não há ato que comprove a finalidade deste recurso”, salientou ainda João Henrique Caldas.

O deputado estadual João Henrique Caldas já entregou o material colhido por ele ao Ministério Público Estadual (MPE). “Temos que colaborar de todas as formas para que o MPE de forma independente possa fazer esta investigação e revele efetivamente o que há com os gastos da Assembleia de milhões e milhões de reais que ninguém sabe ao certo para onde vai”.

Diante das denúncias, indaguei se JHC temia retaliações por parte do parlamento estadual. “Se eu tivesse medo, eu nem faria o que fiz. Agora, tarefa fácil não é. Sabemos como as coisas são em Alagoas culturalmente. O histórico é de medo, de terror, de opressão, mas prefiro acreditar nas instituições do país. Tenho certeza que diante dos fatos tenho total segurança para desempenhar a minha função como membro da Comissão de Fiscalização e Controle da própria Assembleia Legislativa”.

Quanto à afirmação da nota oficial da ALE de que teria induzido a imprensa ao erro, JHC diz que apenas entregou os dados aos jornalistas e as interpretações surgiram pelos próprios números que foram expostos. “Eu estou prestando uma informação que deveria ter sido prestada pela própria Casa, em seu site, o Portal da Transparência. Se tem alguém que está errado neste assunto é a Mesa Diretora e não podemos é deixar se inverter o jogo”.

Questionei JHC se existia – na lista de pagamentos da ALE – pessoas que estariam sendo favorecidas por ele, como a ex-prefeita de Ibateguara, Eudócia Caldas e o ex-deputado federal João Caldas. A informação chegou a circular na imprensa, mas o deputado estadual nega. “Um absurdo. Vão inventar de tudo”, resumiu o parlamentar do PTN. 

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