“Este pode ser um dos maiores escândalos”. Foi assim que o deputado federal Maurício Quintella (PR) se referiu a compra e venda de ativos da Petrobras. O assunto é objeto de um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tramita na Câmara de Deputados. 

Quintella encampou a luta pela abertura da CPI da Petrobras, que pode atingir em cheio o governo federal. Porém, conforme bastidores a CPI é indigesta para o governo, tanto que esbarrou no presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB). 

Henrique Alves nem instalou a CPI, nem declarou - como cobra Maurício Quintella - se ela tem “fato determinado” ou não. Na reunião de hoje, dia 15, Quintella fez queixas ao presidente da Câmara de Deputados cobrando uma posição da Mesa Diretora em relação ao requerimento da CPI da Petrobras.

 

Henrique Alves - conforme Maurício Quintella - lembrou que foi feito, pelo próprio deputado federal do PR, requerimento ao Tribunal de Contas da União para que se investigasse a compra e venda de ativos. Quintella ainda fez questionamentos à presidente da Petrobras, Graça Foster, mas não recebeu respostas. 

O presidente da Câmara disse que cobraria estas respostas da Petrobras e pediu um tempo ao deputado federal alagoano. “Ele me disse que esperasse as respostas da presidenta da Petrobras. E assim analisasse as respostas. Caso, elas não fossem suficiente, tomasse as medidas que achasse necessária. Resolvi esperar até o fim do recesso por estas respostas”.

De acordo com bastidores, o caminho dos que querem a abertura da CPI da Petrobras deve ser ir ao Supremo Tribunal Federal (STF). Afinal, não há apoio da presidência da Casa para que a investigação ande. O pedido de CPI já conta com aproximadamente 200 assinaturas. Quintella diz que os autores não aceitarão pressão do governo federal.  

Além de Quintella e de Leonardo Quintão (PMDB/MG), o requerimento conta ainda com a autoria de Carlos Magno (PP/RO). O objetivo é a investigação da operação de compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Também são apontados operações com ativos de Pesa, na Argentina. Os ativos e participações dos blocos de petróleo na África e no Golfo, além de demais compra e venda de equipamento estatal, também devem ser investigados pela Comissão, caso esta se concretize.

O requerimento foi protocolado no dia 16 de maio, entra numa filha de CPIs atrás de 14 pedidos e pode nem chegar a ser aberta na atual legislatura, conforme informações de O Globo.  Ainda sobre a CPI, um dos questionamentos de Quintella: "Como a Petrobras explica a compra de uma refinaria em Pasadena por 1,2 bilhão de dólares, se ela nunca valeu R$ 200 milhões?"

Estou no twitter: @lulavilar