A cada nova matéria jornalística sobre a Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas e seus comissionados com suspeitas de terem recebidos mais 20, 30, 40, 50...vencimentos em um ano (no caso, o de 2011) soma-se o passado nebuloso mostrado pela Operação Taturana e o até aqui silêncio e ausência de transparência da atual Mesa Diretora! O resultado desta equação; que é de indignar a opinião pública? A impressão de que estamos diante do fundo de um poço sem fundo.

 

A Assembleia Legislativa surpreende tendo em seus quadros comissionados que são empresários, colunáveis, parentes de deputados, mortos, enfim...todos estes suspeitos de nunca terem dado um dia de serviço na Casa de Tavares Bastos. Conversei com alguns funcionários do parlamento (os que comparecem e trabalham!). Eles afirmam não conhecer muitos dos nomes que aparecem na lista que foi entregue pelo deputado estadual João Henrique Caldas, o JHC (PTN), ao Ministério Público Estadual.

 

Além da suspeita de fantasmas, começa a pesar sobre o parlamento estadual os indícios de quem muitos dos que aparecem na listagem são apenas laranjas. O assunto é muito sério. A Mesa Diretora – especificamente o presidente da ALE, o senhor Fernando Toledo (PSDB) – precisa se pronunciar. A equipe de reportagem do CadaMinuto tentou contato, mas não obteve êxito.

 

É preciso ouvir o outro lado desta história, evidentemente. É preciso o contraditório. Porém, em detalhes que respondam aos questionamentos que foram feitos até aqui. Os repasses que são mostrados pela Caixa Econômica Federal (CEF) correspondem mesmo a salários e gratificações por dedicação expecional? Foram equívocos? É a realidade? Destes comissionados quem de fato trabalha? Quem não? Por qual razão a ALE empregou – por exemplo – proprietários de factoring? São alguns das indagações das quais a Mesa Diretora não pode fugir. Repito: são apenas algumas.

 

É de se estranhar também o silêncio de alguns deputados estaduais que sempre foram tão combativos. Onde estarão? Mais do que nunca é a hora de passar a Assembleia Legislativa a limpo. Os deputados estaduais nada mais são do que funcionários públicos. Devem satisfação aos seus patrões: a sociedade alagoana. A Casa de Tavares Bastos ser ressonância da população não pode ser apenas uma metáfora quando o marketing do parlamento quis refazer sua imagem combalida.

 

Que eles expliquem o “caos administrativo” – para não usar termo mais forte - que se enxerga por meio do extrato das contas da ALE por meio de 2011. Vale salientar que quem comandava a Mesa Diretora era o senhor Fernando Toledo. É ele que deve esclarecimentos detalhados à sociedade. Ele tem que colocar o contraditório na mesa, de forma transparente e clara. É o que se espera...

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