Era mais do que óbvio que o senador Fernando Collor de Mello (PTB) - o principal rival de Teotonio Vilela Filho (PSDB), apesar da carona amigável rumo a cidade de Arapiraca - não ficaria de fora da discussão sobre a inundação do conjunto Newton Pereira, em União dos Palmares.
Collor não perderia a viagem. A metafórica munhecada collorida buscou de jeito o espinhaço do tucano. Razão no mérito, mas um discurso que também busca o lucro político.
Fernando Collor de Mello quer que o Ministério Público Estadual investigue a responsabilidade do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) em relação ao caso.
Quer mais! Em seu portal oficial publicou: “Collor manda Vilela reconhecer culpa por inundações em casas da Reconstrução”. Collor manda; mas o governador obedece?
Na avaliação do senador petebista, que deve enfrentar Vilela nas urnas em 2014, o tucano foi omisso no Programa da Reconstrução. É provável mesmo que tenha sido. O absurdo do ocorrido - assim classificado pelo próprio governador - inclui o Executivo entre os responsáveis.
Afinal, se querem o bônus, aprendam também a assumir a responsabilidade sobre o ônus. Sobretudo, quando foram avisados - em 2011! - sobre os riscos. Como mostrou o Blog do Vilar.
Collor fez duras críticas à Vilela, mas não mencionou o vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas), que é responsável pela coordenação do Programa da Reconstrução. Fernando Collor de Mello ainda frisou: “saibam que, aqui em Brasília, vamos buscar consertar os erros que o governador Vilela cometeu no Programa da Reconstrução”.
Aliás, Collor ainda isentou Nonô: “o vice-governador não pode ser chamado o culpado por isso que está acontecendo. O governador é Teotonio Vilela Filho. É esse senhor que patrocina a propaganda mentirosa dizendo que as casas foram construídas. Que ele vista as calças de homem e reconheça que a culpa é dele”.
Também isentou governo federal e Caixa Econômica. “A escolha do terreno ficou por conta do governo do Estado. A Caixa só fez financiar o programa Minha Casa, Minha Vida”, salientou.
Collor falou que iria “consertar os erros” em Brasília. Indaguei ao senador Fernando Collor de Mello quais seriam estes erros e como ele pensa em consertar lá na capita federal. Collor assim me respondeu: “prezado Vilar, o governador e sua equipe cometeram erros em aplicar inadequadamente recursos transferidos pelo governo Federal. Entende até que tais erros, cujos prejuízos são patentes, ensejam uma investigação por parte do MP”.
Segue a resposta vaga sobre a forma objetiva como Collor pretende consertar os erros. Afinal, que os responsáveis precisam responder pelo absurdo é fato. Se o Ministério Público Estadual puder entrar na investigação, melhor ainda!
No mais, Collor tem mais um assunto para assumir - mais uma vez! - o posto de principal nome da oposição em Alagoas...
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