Pela coletiva de imprensa concedida pelo vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas), em relação às obras da Reconstrução, o maior problema do governo do Estado para bater a meta da entrega de todas as casas até o final deste ano são as invasões dos conjuntos residenciais.
Há invasões de casas já construídas e de residências ainda em fase de conclusão de obras, conforme o vice-governador. Ao todo, são 4.502 casas invadidas. O prejuízo financeiro são das construtoras. Por contrato, devem entregar completas e só liberadas após todos os procedimentos burocráticos para o inquilino ser autorizado a entrar na casa de “mala e cuia”.
O outro prejuízo é o político: a demora na entrega e o desgaste do governo ainda mais por conta das obras da Reconstrução. Há mais prejuízo? Sim. Para aquele cidadão que perdeu tudo e aguarda ainda um lar. Na minha visão, o pior deles! Dentre as cidades que enfrentam estes problemas, os mais graves se encontram em Rio Largo. É ao menos o que fica claro após a explanação de Nonô.
Por lá, há três problemas: a invasão das casas, os cadastros ‘indevidos’ (para não dizer suspeitos de fraudes!) e a instabilidade política que assola o município. Por conta das mudanças de prefeito, já houve mais de um cadastro feito. Os “chefes do Executivo” não se entendem. O cruzamento de dados mostra isto. Em relação aos cadastros, MP e Justiça estão em campo.
“Rio Largo é um dos pontos mais complicados. Junta a invasão, a instabilidade política e o maior número de cadastros com problemas”, confirma Nonô. Mas, faz a ressalva: “estamos em franco processo de resolução. O Ministério Público vem identificando e combatendo essas invasões, mas não temos como prevê-las. Os conjuntos habitacionais foram feitos para tirar essas famílias de áreas de risco, mas esse poder de polícia e fiscalização cabe a cada município”. Há invasões ainda em outros municípios, como Atalaia, por exemplo, que teve dois conjuntos residenciais invadidos.
As tragédias das enchentes completam três anos. As obras, um pouco menos evidentemente. É de se reconhecer que muito foi feito. São aproximadamente 10 mil casas entregues. Mas, a Reconstrução ainda é um prato indigesto. É difícil colher os louros do que foi feito diante de tantos e tantos problemas e abacaxis para serem descascados.
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