O título deste post - para quem conhece bem as posturas e discursos dos parlamentares na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas - pode soar surreal. Ou então, alguém pode indagar: o blogueiro trocou os “personagens” de lugar. Não, não, não! Eu sigo com os fatos; a realidade é que surpreende...vejam só, caros leitores.
Os protestos que ocorreram no dia de ontem - 17 - em todo o país dividiram opiniões e repercutiram nas mais variadas casas legislativas do país; e entre a mais diversas autoridades. Em Alagoas, com uma pessoa ferida com um tiro, não seria diferente...logo, repercute e ainda repercutirá bastante!
Na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, o inusitado. O deputado estadual Antônio Albuquerque (PTdoB) - conhecido por já ter se revoltado com manifestantes em recentes embates; basta pesquisar na história política de Alagoas - saiu em defesa dos protestos da segunda-feira. E quem fez o contraponto? O petista amigo das massas, estudantes, servidores e sindicalistas Judson Cabral.
Albuquerque cravou o vocábulo “conservador” contra Judson Cabral. O motivo? o petista recriminou os atos de vandalismo cometido por alguns manifestantes na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O suficiente para Albuquerque se pronunciar: “o que está acontecendo no Brasil não é por conta do aumento de 20 centavos na passagem em São Paulo. É um clamor popular pela mudança radical no modelo em vigor no país”.
Reconheceu os avanços - em sua visão - da Era Lula/Dilma, mas salientou que “se vivem uma convulsão social”. Fez críticas ao que chama de “cadastro oficial eleitoreiro” do PT. E de Albuquerque nasceu a sentença: “O Brasil foi para a rua para dizer que pão e circo não convencem mais”.
Cabral rebateu. Lembrou que é favorável às manifestações democráticas. Falou - entretanto - de “grupos infiltrados nos movimentos”. “Se aquilo que vimos na Assembleia do Rio de Janeiro não for vandalismo, eu não entendo o que é. Quando os policiais protestaram aqui nesta Assembleia, foram chamados de vândalos injustamente, mas na ALERJ houve vandalismo, sim!”.
Se voltarmos em passado recente, ano de 2011 (como bem lembrou a jornalista Vanessa Alencar em seu texto), durante um protesto de policiais civis e militares em frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, era Cabral quem defendia os manifestantes, não aceitava que eles fossem classificados de vândalos. Adjetivo - na época - utilizado por Antônio Albuquerque.
Albuquerque - ainda na época (2011) - falou de atentado contra o Poder Legislativo. Judson Cabral ocupou a trincheira oposta. Hoje, os discursos mudaram de lado.
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