A carona dada pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB) aos caciques políticos alagoanos com destino à Arapiraca agrupou - como todos já sabem! - os principais possíveis nomes da eleição de 2014, incluindo o próprio Collor. Dentre os supostos candidatos majoritários (governo do Estado e Senado Federal), apenas o vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas) não estava no veículo.
Estavam no carro: o motorista Collor e os agraciados com a carona: o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Benedito de Lira (PP), além do ministro Edson Lobão (PMDB).
Em conversa com o vice-govenador, na manhã de hoje, dia 18, indaguei a ele se a carona - que rendeu bons posts e análises dos blogueiros locais - acrescentava algo novo ao cenário e se alterava sua posição, já que tinha ficado de fora da viagem. Eis que Nonô responde: “aquela viagem foi o que houve de mais extraordinário. A viagem para Arapiraca foi uma carona de volta para o futuro”.
Será que poderemos ler nas entrelinhas de Nonô a seguinte afirmação: o veículo é um símbolo de uma recente história política onde os presentes se alternam no volante? De volta para o futuro! “Nunca um carro uniu tantas ideias divergentes”, sentenciou ainda o Democratas.
Questionei se após os últimos acontecimentos - inclusive com o espaço que o vice-governador tem tido da Comunicação do governo, com a propaganda institucional da Reconstrução - algo mudava no cenário. Antes, Nonô havia afirmado que qualquer decisão depende - e muito! - da posição clara de Calheiros e Vilela. Estas ainda não vieram.
“É preciso muito mais a definição do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Esta vai definir quem será o governador no ano eleitoral, o que altera muito o quadro”, colocou. Nonô dá a entender - obviamente - que a ocupação do Executivo por ele ou por Vilela pode redefinir alianças e apoio. Logo, na visão do comandante do Democratas, a palavra final de Vilela terá mais peso no cenário do que a decisão de Renan Calheiros. É uma análise.
Vale lembrar que o senador Benedito de Lira busca ser candidato com o apoio do Palácio República dos Palmares. Com Nonô governador, muita coisa muda neste sentido. Inclusive o tamanho do trem para o qual de Lira não abre.
Ao avaliar os nomes, Nonô diz que são interessantes as posições adotadas. Renan Calheiros tem guardado reserva assim como Vilela. Benedito de Lira e Fernando Collor são os que se mostram mais afoitos. “Com uma diferença, o Collor deixa aberta aí a possibilidade tanto do Senado Federal, quanto do governo”.
Perguntei: e a posição do Nonô? Resposta em terceira pessoa: “O Nonô espera o fim daquela viagem. Pois aquela viagem não tem como destino Arapiraca. Há um destino final. Quando chegar este destino final é que saberemos quem vai de carona apenas, ou quem de fato é passageiro”.
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