O julgamento dos acusados de serem os autores de uma chacina, ocorrida na cidade de União dos Palmares, em 2002, deve terminar ainda nesta terça-feira (11). A previsão é dos advogados de defesa que tentam inocentar os militares Eraldo Tadeu e Antônio Batista de Lima Neto. Em entrevista ao CadaMinuto, a defesa dos policiais afirmou que uma carta anônima não pode ser utilizada como álibi para condenação dos réus.
Segundo o advogado Manoel Leite, os membros do Ministério Público Estadual (MPE/AL) afirmam que existem várias provas contra os acusados, quando na verdade não há nenhuma. Leite concentra a defesa de Antônio Batista no fato da carta não apresentar consistência para comprovar o envolvimento de Antônio Batista no crime. “Estão querendo macular a imagem do Antônio Batista”, enfatizou o advogado.
O advogado Cristiano Barbosa está confiante na absolvição do réu Eraldo Tadeu. Segundo Barbosa, que também defendeu o militar Fernando Gomes, acusado de participar da chacina, afirma que o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), na época do crime, despronunciou Fernando Gomes por não considerar a carta como prova suficiente.
“O próprio Tribunal entendeu que essa carta anônima não é prova contra o acusado. Estou muito confiante na absolvição dele. Se o Eraldo tivesse ingressado com a mesma ação, provavelmente, também estaria despronunciado”, indagou Barbosa.
Ainda de acordo com o advogado, a defesa ingressou com um processo de habeas corpus, que por não ter sido analisado a tempo, foi invalidado devido ao início do julgamento.
A reportagem tentou conversar com os familiares das vítimas, mas eles alegaram não querer conceder entrevista com medo de represálias.
O caso
Os policias são acusados de assassinar os jovens Sidrônio José da Silva, 16, Sizenando Francisco da Silva, 17, Tiago Holanda Silva, 18 e Maurício da Silva, 19.
A chacina ocorrida em 2002 chegou a ser denunciada em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) e colocou Alagoas entre os estados do Brasil onde foram registrados crimes bárbaros e impunes.











