Toda competição de Ironman, inclusive a do Brasil, esta envolvida com muitas histórias de alegria, dor e superação. Cada atleta tem uma trajetória especial e todas passaram por momentos difíceis até a grande alegria de cruzar após os 226Km - 3,8Km de natação, 180Km de ciclismo e mais 42,2Km de corrida.

Algumas história evidenciam a real essência desse tipo de desafio. São casos que mostram que apesar de todos os fatores contra, desistir não é uma opção, afinal, como diz o slogan oficial do Ironman: " Anything is possibible". Uma dessas histórias, que transformou um simples número no peito em uma vida, é da alagoana, advogada tributarista e agropecuarista, Adriana Mangabeira Wanderley, - única mulher de seu estado largando no Ironman Brasil de 2013.

Sua história com o triathlon começou em 2001, quando seu pai faleceu de câncer. Adriana passou, então, por diversas distúrbios. Seu médico, então, sugeriu que o esporte seria a solução.

No início, a família não entendia bem, afinal os treinos passaram a atrair boa parte de atenção e do tempo da atleta. Nos primeiros 30 dias já havia percebido que meu sono havia melhorado, e eu sentia uma alegria enorme quando acabava os treinos,explica.

Em 2005, ela foi ao Havaí, para competir o mundial de Triathlon Olimpíco. Com ela, estava sua escudeira, conselheira e amiga: sua mãe, a companheira na alegria e na tristeza, na euforia e no desânimo dos treinos e competições para o triathlon. Já nesta época, Adriana foi surpreendida com o fantasma do câncer novamente. Sua mãe desenvolveu a doença na mama.

O triathlon passou a ser ainda mais importante na sua vida, já que os médicos a alertaram  que o esporte seria uma das melhores cápsula para preservar o desenvolvimento da doença.

Algum tempo depois, Adriana se viu com sua mãe com saúde muito debilitada apòs 507 sessões de quimioterapia. O último pedido dela foi síncero e contundente: não desistir dos treinos e principalmente, completar um Ironman.
Apesar da dor, Adriana a escutou e no dia 26 de maio de 2013, estava alinhada para a largada em Floripa para cumprir afinal, o seu grande sonho e poder homenagear sua mãe.

"Tinha feito uma estratégia de como conseguiria completar a prova , e seguir em frente. Sabia que a prova estava na minha mente. Precisava nada com os braços, e economizar as pernas para pedalar tranquila, pois ainda havia uma maratona para correr. Foi assim que segui, dividir a prova por etapas e fui cumprindo uma a uma, vencendo batalha até vencer a guerra", disse Adriana.

Ela conta ainda que passou por um momento difícil na bike, quando um veículo atropelou um "cone", que voou em direção de sua bike. Apesar de avaria no câmbio - que aumentou seu tempo, ela não sofreu nada, grave, e seguir em frente: "nada me abalava", conta Adriana, que nunca duvidou que conseguiria cruzar a linha de chegada com uniforme especial que mandou confeccionar em homenagem a mãe.

Sem sequer pensar em desistir ou abandonar, e depois de 16:43:35 - com alegria sem limites - Adriana Wanderley escutou o grito com que sonhava por meses e meses " You're An Ironman.

Fonte:Mundo-Tri.com.br

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