O Conselho Temático de Meio Ambiente (Coema) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Região Nordeste, está reunido em Maceió. Realizado nesta sexta-feira, dia 24, na Casa da Indústria Napoleão Barbosa, o encontro em Alagoas contempla discussões que recaem, principalmente, sobre a implantação da Política de Resíduos Sólidos (PNRS) e Licenciamento Ambiental para o setor industrial.

 Representando o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), industrial José Carlos Lyra de Andrade, na abertura do encontro, o vice-presidente José da Silva Nogueira Filho destacou que a discussão das questões ambientais, inseridas no âmbito do desenvolvimento sustentável, ganham maior importância e intensidade a cada dia.

 “Nós, empresários, temos a perfeita dimensão de que o uso inadequado dos recursos naturais, aliado à destinação final ambientalmente incorreta, tem como consequências o aumento de custo, perda de qualidade, impacto ambiental e, consequentemente, a redução da competitividade”, ressaltou Nogueira.

 O secretário executivo do Coema e gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Shelley de Souza, vai falar, à tarde, sobre a Proposta de Diretrizes da CNI sobre Licenciamento Ambiental. Este documento será apresentado nacionalmente no próximo dia 14 de junho, em Ouro Preto-MG e, de acordo com Shelley, tem como diferencial a construção democrática.

 “A grande virtude dessa proposta é que ouvimos diversos segmentos, das diversas regiões do País, ela não foi construída por dois ou três técnicos. O documento possui representatividade porque teve a participação da base do setor industrial. Nosso objetivo é proteger o desenvolvimento e que a indústria brasileira tenha melhores condições de crescer”, disse o secretário executivo do Coema.

 O promotor de Justiça Alberto Fonseca ressaltou que as preocupações do empresariado em relação às questões ambientais são semelhantes às da sociedade e do próprio Ministério Público. “Há várias dúvidas sobre regras e procedimentos para se atender às normas ambientais. Outro fato que gera confusão é que estado, município e governo federal apresentam exigências díspares e isso traz insegurança”, afirmou.

 De acordo com Fonseca, é preciso derrubar as inseguranças e estabelecer regras ambientais mais claras, para eliminar os obstáculos ao desenvolvimento do País e promover o crescimento sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável. “Esses gargalos trazem consequências nefastas para as atuais e futuras gerações”, concluiu.

 Segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Luís Napoleão Casado Arnaud Neto, a discussão é muito valiosa e evolui com a participação da sociedade. Ele anunciou para breve o lançamento de um plano estadual de gestão dos resíduos sólidos.