Já falei sobre a situação das unidades de saúde da rede municipal aqui em Maceió; e sobre como elas são utilizadas - historicamente - de forma política, para a marcação de consultas e serviços. Uma “troca de favores” que rende “capital político” para quem domina os postos de Saúde da capital. A prática tem que ser combatida pelo atual Executivo se quiser moralizar a fila por procedimentos e consultas.

 

As suspeitas que coloquei aqui - em passado bem recente - era do “loteamento” dos postos de Saúde da capital alagoana entre “aliados políticos” (leia-se: vereadores, dentre estes políticos), interferindo - desta forma! - diretamente em serviços essenciais, dentre os quais a marcação de procedimentos por meio do Cora (sistema de agendamento).

 

Uma das suspeitas é que o critério para conseguir o procedimento era (ou é!?) o voto.

 

O assunto também já foi alvo dos discursos da vereadora Heloísa Helena (PSOL), quando denunciou a prática e cobrou saber quem são os "donos" das senhas! Uma boa atitude da vereadora, na época. Chegou a se falar na centralização da senha que dá acesso ao Cora. Era assunto para os demais vereadores investigarem a fundo; buscarem essas ligações políticas e a forma como elas prejudicaram (ou até mesmo ainda prejudicam - é o que se quer saber! - a população).

 

É para o atual prefeito Rui Palmeira (PSDB) e o secretário de Saúde, João Marcelo, estarem extremamente atentos ao assunto e coibirem tal prática, caso esta ainda esteja acontecendo. Porém, historicamente, o processo de alianças para a construção de bancadas passou por aí. O Executivo que cedeu espaços (fatias do bolo!) e os políticos do legislativo que ocuparam. 

 

Esta semana, um vídeo no Youtube - de uma reunião já na atual gestão! - chama atenção para esta situação, que já foi cantada em verso e prosa por vários jornais, inclusive por este blogueiro que aqui fala. Ficou mais claro, mais evidente ainda, aquilo que todos já sabiam. O vídeo inicia com uma reportagem e - logo em seguida - uma gravação feita da reunião com diretor do Cora, Fábio Oliveira. Ele também fala durante a reportagem.

 

Comparem as explicações dadas! Quem depende da rede de saúde sabe que os problemas são reais; quanto ao que se encontra por trás destes problemas é o que precisa ser investigado. Saber - de fato! - se a politicagem” ainda toma conta dos postos de Saúde de Maceió. 

 

Falei com a assessoria do prefeito sobre o vídeo em busca de explicações. Primeira informação: o vídeo mostra uma reunião ocorrida no dia 24 de abril deste ano. Segundo a assessoria, a gravação é uma prática comum das reuniões, bem como o registro em ata. Logo, não é “clandestina”. O assunto foi tratado - ainda segundo assessoria - fazendo referências às práticas antigas e a necessidade de coibir situações deste tipo nos procedimentos atuais, chegando ao ponto de serem extintas na atual gestão. 

 

Atualmente - explica ainda a assessoria de Rui Palmeira (PSDB) - são 70 coordenadores de postos de saúde. O Executivo criou a exigência do nível superior para o cargo para melhorar o exercício da função. As indicações obedecem os critérios técnicos e políticos, mas - ainda segundo a assessoria - as práticas descritas no vídeo são “totalmente combatidas, independente de quem tenha indicado a pessoa ao cargo”.

 

Conversei com Fábio Oliveira que também repete a mesma versão da assessoria de Rui Palmeira. Oliveira ainda explica que foi tornado mais rígido o acesso às senhas do Cora. “Cancelamos todas as antigas senhas e agora o diretor assina um termo para poder pegar a senha”, explica. Ou seja, uma forma de monitoramento. “As práticas antigas foram 100% extintas”, afirma Oliveira.

 

Que assim de fato seja. Porém, uma investigação aprofundada sobre o assunto não seria nada mal. Quem não deve, não teme e a atual gestão parece estar consciente da necessidade de andar pelos caminhos corretos. Porém, aprofundar o assunto é necessário. Neste caso, só não dá para Câmara investigar. Razões óbvias!

 

O vídeo tá aí...

 

 

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