Políticos duvidam da candidatura de Ronaldo Lessa ao governo. “Ôxe, e ele tá doido, é!”.

16/05/2013 14:00 - Voney Malta
Por Voney Malta

Depois de sofrer três derrotas consecutivas em eleições majoritárias, alguns deputados e ex-deputados, aliados e ex-aliados, amigos e ex-amigos do ex-governador Ronaldo Lessa, reagiram com a seguinte frase à informação de que ele vai articular a sua candidatura ao Governo de Alagoas: “Ôxe, e ele tá doido, é!”.

Com todos com quem falei - muitos estavam em Arapiraca acompanhando a entrega de equipamentos agrícolas feita pelo Governo Federal - com o senador Collor presente -, através do Ministério do Desenvolvimento Agrícola (MDA), a avaliação é de que é uma candidatura sem lógica, isolada e, no momento, sem força política.

Essa análise tem lógica. De 2006 até o ano passado, Lessa disputou três eleições majoritárias. Perdeu para o senado (2006), para o governo (2010) e para prefeito de Maceió (2012). É natural o enfraquecimento de sua influência política após três sucessivos fracassos.

No ano passado, por exemplo, além de sua candidatura ter sido abatida e sangrada por problemas jurídicos, ainda enfrentou muitas dificuldades em conseguir apoio financeiro, fato que também havia ocorrido em 2010. Se for candidato em 2014, o problema será ainda maior porque ainda não saldou dívidas assumidas durante a campanha eleitoral do ano passado.

Para recuperar um pouco da força política que detinha até bem pouco tempo, o pedetista necessita de um mandato, inclusive para enfrentar alguns processos judiciais. O caminho mais prático e menos difícil avaliado por todos – e de custo financeiro menor, é lutar para se eleger deputado federal. Assim, terá influência em Brasília, conseguirá recursos através de emendas e ocupará espaço na mídia para reconstruir a sua carreira política e disputar qualquer outro cargo no futuro.

Entretanto, há também quem aposte que o anúncio da possível candidatura é uma estratégia para que seja convencido do contrário e que tudo não passa de um blefe político. Quer dizer, Lessa quer ser ouvido e consultado pelos dois principais líderes da base aliada da presidente Dilma em Alagoas, os senadores Collor e Renan.

E como em política a fila anda e cada um tem a sua vez, os dois senadores já se distanciaram bastante nas alianças e na construção de candidaturas majoritárias para 2014, seja pro Senado, seja para o Governo, inclusive com relação a políticos ligados ao próprio Ronaldo Lessa.

É preciso reconhecer a importância política e administrativa de Lessa na sua passagem pela Prefeitura de Maceió e pelo Palácio dos Martírios. Em política, entretanto, é preciso saber a hora de recuar e garantir a sobrevivência para readquirir gordura política, o que ele ainda tem, mas que perdeu muitos quilos. Recuar para reconquistar espaço é sabedoria. Mas, no meio político humildade é atributo difícil de ser encontrado.

E você, leitor, acha que Ronaldo Lessa deve ser candidato ao governo ou deveria disputar outro cargo com risco reduzido? Ou ele é doido mesmo?

 

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