Guerra entre PT e PMDB no Rio chega ao Congresso; 2014 sob risco

15/05/2013 07:30 - Voney Malta
Por Voney Malta

 

PT e PMDB são os dois maiores partidos da base aliada da presidente Dilma. Juras de amor sobre o casamento já foram feitas para toda a eternidade. Porém, o momento é de muita arenga entre os “pombinhos”. Em política, amor e ódio caminham juntos, porque dependem de interesses localizados e de momento.
 
E isso ocorreu ontem (14) na sessão da Câmara que votou a medida provisória do setor portuário. O que se viu, foi governo lutando para derrotar seu maior aliado, que, no plenário, era liderado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), bancado na liderança do partido pelo governador Sergio Cabral.
 
Depois de ser derrotado, Cunha colocou em marcha uma manobra para ganhar tempo. Exigiu que todas as votações, assim como de sua emenda derrotada em plenário, fossem feitas nominalmente – o que impediu o término da sessão na noite de ontem. Com isso, ainda falta apreciar 14 destaques e talvez não se consiga promulgar a MP na Câmara e no Senado até quinta-feira, prazo final.
 
Com essa guerra explícita entre PT e PMDB dentro do plenário, a dúvida que paira é sobre o impacto que isso poderá ter na relação entre a presidente Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer. Em tese, uma coalizão liderada por dois grandes partidos deveria ser capaz de propor reformas e aprová-las de forma suave. Não foi o que se viu no plenário. 
 
Se o choque entre os dois partidos traz riscos no plano nacional, mais grave ainda é a situação no Rio de Janeiro. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi transformado em inimigo público número 1 do Palácio do Planalto. E ele, assim como seus aliados, tem feito intensa pressão sobre o PT para que o partido desista da candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em favor do vice Luiz Fernando Pezão, que patina nas pesquisas pré-eleitorais.
 
O Rio é o que o PMDB tem hoje de mais importante. Numa guerra com o PT, as chances de vitória, que hoje não parecem animadoras, se tornariam ainda mais remotas. Quem assiste a tudo de camarote é justamente o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), que lidera as pesquisas e, alinhado com o Planalto, liderou o embate com Eduardo Cunha.
 
Realmente, com 2014 distante muita coisa pode mudar. Principalmente quando o casamento é meramente político. Mas, a crise é bastante grande. A sorte é que o "casal" pode chamar o Padre -  nesse caso o ex-presidente Lula - para aparar as arestas e fazer o entendimento. 

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