Acusado por Antônio Carlos Lessa durante o julgamento sobre as mortes de Paulo César Farias e da namorada dele Suzana Marcolino, por tentativa de suborno nas investigações, o jornalista Roberto Baía vai processar a autoridade policial por calúnia e difamação. O jornalista foi citado pelo delegado no Tribunal do Júri como sendo um suposto ‘intermediador’ numa negociação para livrar Augusto Farias [ex-deputado e irmão do empresário] do indiciamento pelas mortes.

Roberto Baía voltou a se defender da acusação e confirmou à reportagem do CadaMinuto que vão mover uma ação na justiça contra o delegado com quem, no passado, mantinha uma relação de amizade. “Ele foi muito irresponsável pelas declarações feitas durante o julgamento, principalmente porque fui inocentado neste caso, que se encerrou em 2001. Agora ele vem novamente querer jogar meu nome lama, mas terá que colocar um fim nesse assunto”, desabafou o jornalista.

Durante a tarde desta terça-feira (14), Baía tem uma reunião agendada com seu advogado para saber quais as providências serão adotadas na justiça. Ele explicou ao CadaMinuto que não ficará parado diante dessas acusações as quais, segundo ele, já havia sido superadas após o julgamento do processo.

O jornalista contou que ficou surpreso com a atitude do delegado na semana passada, principalmente ao ouvir que teria oferecido um suborno de R$ 100 mil durante as investigações do Caso PC Farias. Ele voltou a negar a tentativa de propina e ainda falou que Antônio Carlos Lessa agiu com má fé.

“Nós éramos muito amigos e quando ele assumiu o caso chegou a me ligar para pedir minha opinião. Ele sabia que eu trabalhava na Tribuna, era responsável pela editoria de política e tenho certeza que, desde essa ligação, ele já estava mal intencionado. Acredito que foi a partir desse momento que o delegado teve a ideia de gravar as ligações”, confidenciou.

Baía ainda lembrou que foi absolvido da acusação, do processo que tramitou na 3ª Vara Criminal de Competência Mista de Maceió, conforme nota divulgada ontem pelo advogado de defesa de Augusto Farias. “O próprio promotor que atuava no caso requereu a minha absolvição por entender que não havia indícios nem provas que comprovassem esse ato criminoso por mim”.

Ao finalizar a entrevista, Baía garantiu ter a consciência tranquila de que nunca ofereceu dinheiro ao delegado e acrescentou que a ‘amizade’ entre ambos ficou no passado. “Não quero mais nenhuma conversa com ele. Não entendo como pode jogar nossa amizade e fazer uma covardia dessas comigo. Mas ele terá que responder pelas suas palavras”, disparou o jornalista.