Clima tenso em reintegração de posse no município de Jequiá da Praia. A ordem expedida definia que o local deveria ser desocupado nessa quinta-feira (09), mas até está sexta-feira (10) as mil e cem famílias de quatro movimentos agrários que ocupam o terreno de 22 hectares se negam a deixá-lo. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), recebeu da prefeitura da cidade o local para construir casas e destiná-las as famílias, mas o prazo venceu em março sem que nenhuma obra fosse feita, o que motivou a ocupação como forma de pressão.

As informações são do coordenador estadual do Movimento Via do Trabalho (MVT), Marcos Antônio da Silva, o “Marrom”. Ele revelou ainda que nem a primeira etapa da obra, que corresponderia à construção de 476 casas, foi realizada.

“As famílias que nesse sítio São Judas estão cadastradas para receber as casas que deveriam ter sido construídas. O Incra  recebeu o terreno da prefeitura, mas não fez nada. O prazo venceu e a prefeitura pediu a reintegração de posse. Agora ninguém quer sair, se sairmos a situação não vai andar”,  afirmou.

O órgão cadastrou cerca de duas mil e quinhentas famílias e segundo “Marrom” deveria alocá-las em casas que seriam construídas em dois terrenos. Este cedido pela prefeitura que fica a cerca de 1km de Jequiá da Praia e um com 400 hectares comprado na região conhecida como Mata do Gajuru, também no município, por R$ 6 milhões e que está na mesma situação de abandono.

As casas do sítio São Judas seriam destinadas aos pescadores e marisqueiros. Desde ontem máquinas, caçambas e tratores estão no local para destruir o acampamento, ação que é acompanhada de perto por equipes da polícia.

Além do MVT, também ocupam o local mais três movimentos, o Terra Livre (TL), o Movimento de Luta pela Terra (MLT) e Movimento Unidos Pela Terra (MUPT). Todos eles se reuniram na última quarta-feira (08) com a prefeitura e o Incra para tentar resolver a situação.