O julgamento sobre o caso PC Farias será retomando nesta terça-feira (07) com a expectativa do depoimento do irmão da vítima, o ex-deputado federal Augusto Farias, que foi acusado como o mandante dos assassinatos do empresário e de sua namorada Suzana Marcolino. A primeira testemunha nesse segundo de júri popular será a namorada de Augusto, na época do crime, Milane Valente de Melo.
Antes do início da audiência, o ex-deputado concedeu uma entrevista à imprensa e quebrou o silêncio. Augusto, visivelmente nervoso, voltou a afirmar que não teve participação na morte do irmão e garantiu acreditar na inocência dos quatro seguranças, que estão no banco dos réus. “Fui inocentado pelo Supremo, uma Corte respeitada e isenta”, afirmou.
O irmão de Paulo César Farias, arrolado como testemunha da defesa, afirmou que os delegados Alcides Andrade e Antônio Carlos Lessa, responsáveis pelo segundo inquérito sobre o Caso, o fizeram uma proposta. O ex-deputado disse que caso aceitasse o que foi proposto pelas autoridades policiais, teria seu nome retirado das investigações.
“Os delegados disseram que se eu incriminasse os seguranças meu nome sairia do inquérito”, relatou Augusto.
Primeiros depoimentos no julgamento
A primeira testemunha ouvida pelo juiz Maurício Breda, que preside o júri, foi o jardineiro Leonino Tenório de Carvalho, casado com a também funcionária de PC, Marize Vieira de Carvalho. Em depoimento, Leonino que trabalha há mais de 20 anos para a família Farias, afirmou desconhecer qualquer discussão entre PC Farias e Suzana Marcolino e ressaltou que mantinha contato apenas de trabalho com PC Farias e Suzana.
Leonino foi responsável pela destruição do colchão onde os corpos foram encontrados. Ele disse queimou o colchão do casal por que o local estava com mal cheiro. “Como o colchão já estava fedendo, liguei para o Flávio (funcionário) para saber o que eu deveria fazer com o colchão. Algum tempo depois ele retornou a ligação e me autorizou fazer a limpeza do local e jogar o colchão fora”, afirmou.
No primeiro momento, Leonino afirmou que foi sua a ideia de pôr fogo no colchão e no travesseiro. Após ser questionado por juiz Maurício Breda, Leonino disse que foi a mando de Flávio. Com a queima do colchão do casal, a reconstituição do crime foi feita com o colchão dos filhos de Paulo César Farias, que Leonino afirma ser menor que o colchão do casal.
Segundo ele, os funcionários tentaram abrir a janela com uma tesoura de jardinagem, e sem sucesso forçaram a janela. Ao avistar os corpos, Reinaldo teria pulado a janela e colocado a mão no pescoço de PC Farias. Ao perceber que estava frio, Reinaldo teria falado aos funcionários: “doutor Paulo César está morto”.
De acordo com o depoente, ninguém teria tocado no corpo de Susana. De acordo com Leonino, foi o segurança Reinaldo foi quem ligou para Augusto Farias assim que encontraram o casal morto.
O Garçom
A segunda testemunha a ser ouvida no julgamento do Caso PC Farias foi Genival da Silva França, que trabalhava como garçom do ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor à época do crime. Genival relatou, ao ser indagado pelo juiz Maurício Brêda, situações de quando era funcionário de Paulo César.
Genival confirmou que na noite do dia 22 de junho, antes de PC e Suzana terem sido encontrados mortos, não presenciou nenhuma briga entre o casal. Ele, que hoje trabalha como vigilante, no entanto, afirmou que, em outras situações, se deparou com discussãões entre os dois.
“Não ouvi discussão entre Suzana e doutor Paulo César na noite antes do crime. Mas, uma vez eu notei pelos gestos dele (Paulo César Farias), que eles estavam brigando. Isso aconteceu porque ele disse que tinha acabado o namoro”, revelou Genival. Leia mais.
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