De tucano para tucano, de usineiro para usineiro, o duodécimo da ALE

22/04/2013 07:00 - Voney Malta
Por Voney Malta

É assim que funciona a relação bastante generosa entre o governador Vilela e o presidente da Assembleia Fernando Toledo, ambos do PSDB, ambos usineiros. O Legislativo bota a sua previsão orçamentária lá em cima. O governador bate o pé, diz que não dá, não dá de jeito nenhum. Os deputados recuam, silenciam e muita gente pensa: que governador corajoso!

Mas, é tudo um jogo. Somente este ano, nos três primeiros meses, o governador Vilela repassou, além do previsto, mais de R$ 3,5 milhões. Se a média for mantida será recorde. O repasse além do previsto na dotação Orçamentária vem se repetindo desde 2010, pelo menos, quando a ALE teve R$ 12 milhões a mais. Já em 2011 o montante a mais foi de R$ 10 milhões.

Antes de qualquer coisa é importante que se diga que a transferência além do previsto não é ilegal, não fere a Lei, não existe crime. Mas, não está certo; há algo de errado nisso.

E há mesmo, especialmente quando a gente olha para os indicadores sociais; quanto à gente tem acesso aos dados na educação; quando a gente lamenta a morte de milhares de jovens em Alagoas e quando a gente sabe o quanto o governo do PSDB foi lento na ajuda devida aos sertanejos atingidos pela estiagem.

É certo que essa relação entre os chefes dos dois Poderes ocorre pelos fortes laços políticos e empresariais que os une. É de tucano para tucano, de usineiro para usineiro, o doce sabor do duodécimo que acalma o parlamento alagoano.

Enquanto isso, nós, ó.

 

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