Não há surpresa alguma no fato da listagem de servidores da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas ser incompreensível e cheia de falhas que impossibilitam conclusões precisas sobre fantasmas, mortos e outras distorções.
É o “mais do mesmo” de um parlamento estadual que nunca foi a “casa do povo” e tem dificuldades extremas de entender o conceito de transparência e publicidade. Foi assim no passado, é assim agora.
Nem a Operação Taturana – deflagrada em 2007 e que apontou indícios de uma organização criminosa que desviou R$ 300 milhões dos cofres públicos nas barbas do Tribunal de Contas do Estado – deu jeito na “turma”.
Vale lembrar que a “torta” lista de servidores divulgadas só foi feita após muita cobrança. Em especial dos deputados João Henrique Caldas (PTN) e do petista Judson Cabral. Há ainda uma ação na Justiça Federal de João Henrique Caldas solicitando o extrato da conta bancária da ALE referente ao ano de 2011.
E as explicações de Fernando Toledo (PSDB) sobre a folha da Assembleia? É importante ressaltar que tais informações deveriam ser de fácil acesso e organizadas. Afinal, é um procedimento mensal. Pelo menos a folha sintética do parlamento estadual deveria ser apresentada de maneira compreensível.
As explicações de Toledo são risíveis e faz com que – mais do nunca – a busca por transparência na Casa de Tavares Bastos seja diuturna. Que se coloque o dedo da ferida para saber quem são de fato os efetivos e se há alguém que entrou pela janela, sem concurso, quando este já era obrigatório.
Mais do que nunca a mesma cobrança que foi feita à Câmara Municipal de Maceió: as datas de admissão dos funcionários efetivos da Assembleia! Sim; é necessário. Que o Ministério Público de Contas passe um “pente fino” na folha divulgada sob pressão e de forma quase incompreensível. Do jeito que se encontra, a folha da ALE é quase um quebra-cabeça para se montar num quarto sem luz.
Mas, mesmo diante das dificuldades, o que já é possível constatar? Uma lista de sobrenomes que “floresce” em todos os poderes constituídos de Alagoas. Sempre eles; sempre as mesmas famílias a se amalgamarem com o poder público; quiçá muitos recebendo recursos para seus mimos sem a condição do trabalho como contrapartida.
É o parlamento estadual! Não causa surpresa, mas ainda assim causa indignação por parte do cidadão comum que sabe o esforço que faz em busca de seu digno salário e sobrevivência.
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