Oposição e o exercício legítimo da fiscalização, da crítica e da denúncia

11/04/2013 13:00 - Voney Malta
Por Voney Malta

Há muita gente ligada ao governador Vilela (PSDB) soltando fumaça pelas narinas por contas das críticas que ele vem recebendo. Entretanto, é bom que fique claro que essas críticas partem de parlamentares que exercitam a sua mais importante prerrogativa: cobrar, fiscalizar, denunciar.

Tem sido um pouco assim na Câmara de Vereadores de Maceió com Wilson Junior (PDT) criticando a violência e, surpreendentemente, com o vereador Silvânio Barbosa (PSB) que, apesar de ser um defensor da gestão do governador, acabou reconhecendo que os dois mandatos consecutivos do tucano não foram suficientes para encontrar uma solução pra falta de estrutura na segurança pública.

Já na Assembleia Legislativa, as críticas partem dos deputados petistas Judson Cabral, Ronaldo Medeiros e Henrique Madeira. Algumas vezes o pmedebista Olavo Calheiros também dá as suas cutucadas. Porém, é só de vez em quando.

Mas, é da bancada federal que tem partido a cobrança mais forte e clara, o que tem deixado o governador Vilela e seus auxiliares atônitos porque estão sendo atingidos na ferida. O senador Fernando Collor (PTB) é o único da bancada que botou as cartas na mesa e assumiu o legítimo papel de oposição.

E o discurso tem sido oportuno, pois ele jogou novamente luz num tema dramático para as famílias alagoanas: a violência. Além do mais, repercutiu o novo número de homicídios relativo a março: 207 mortes, um triste e desumano recorde. Supera inclusive a março de 2012, quando não havia o Plano Brasil Mais Seguro em Alagoas.

E se ninguém cobrar e fiscalizar, o Plano Brasil Mais Seguro pode até morrer de inanição, caso o governo do Estado não faça a sua parte: contratação de policiais para reforçar o combate e a prevenção na capital e no interior

É fato que a polícia está despreparada, com efetivo esvaziado, com policiais obesos e envelhecida. Além do que, o governador Vilela não cumpriu a promessa de inserir novos efetivos anualmente. Como já disse o senador Collor sobre essa questão, ´"palavra de palanque deve ser palavra de governo". Claro que sim, e por que não?

É exatamente isso que a nossa democracia necessita. Imagine só como seria bom se a maioria dos parlamentares exercitasse esse papel. Porque é uma forma de acordar os gestores, de retirá-los de uma perigosa zona de conforto e de exigir que olhem mais e trabalhem mais pelo povo.

Meu caro leitor, governo sem oposição é perigoso demais porque compromete a democracia e a busca pela transparência de quem cuida da chave do cofre público.

É importante demais cobrar, fiscalizar, denunciar. E que as vozes da oposição não se calem, não silenciem. E que surjam mais vozes e que falem ainda mais alto e forte!

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