Foi um contato entre o Ministério Público de São Paulo e o de Alagoas que começou as investigações, via Conselho Nacional de Justiça (CNJ), contra o desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça, Washington Luiz Damasceno Freitas.
Ao investigar a máfia da merenda, os promotores de São Paulo descobriram que o desembargador recebeu propina de R$ 400 mil para beneficiar uma empresa ligada à máfia. Não houve sofisticação: Washington recebeu o dinheiro através de seu chefe de gabinete, identificado como Morgan. O depósito foi feito na conta de Morgan.
O dinheiro foi entregue após o desembargador dar o efeito suspensivo para a empresa. Ou seja: obrigava a Prefeitura de Maceió a ter os serviços de merenda terceirizada, mesmo com a negativa da Procuradoria Geral do Município e das investigações, levadas adiante, pelo MP alagoano, pedindo a recisão do contrato entre a Prefeitura e a empresa.
O então procurador-Geral de Justiça, Eduardo Tavares Mendes, encaminhou o caso à Corregedoria Nacional do Conselho Nacional de Justiça, após conclusão local das investigações.
Esquema
O esquema da merenda em Maceió foi descoberto em 2006, pelo Ministério Público Estadual de Alagoas. Uma prática semelhante aconteceu em São Paulo, só que foi descoberto cinco anos depois.