As exumações em corpos que foram enterrados sem da necropsia durante a greve dos médicos legistas deverão começar por casos tidos como mais urgentes. A proposta do presidente do Conselho Estadual de Segurança, juiz Maurício Brêda, foi aceita durante uma reunião no Ministério Público Estadual, na manhã desta segunda-feira (1º), onde foram discutidas as providências que serão adotadas pelo Instituto Médico Legal (IML) para acelerar os inquéritos.

A medida será adotada já que o diretor o órgão, Luiz Mansur, afirmou que o IML não tem estrutura para realizar todas as exumações rapidamente.  Mansur acrescentou que é impossível fazer exumações com a atual grade de médicos legistas.

Segundo o magistrado, os casos onde as famílias precisam dar entrada em processos do DPVAT ou casos de grande repercussão, e que estão parados na justiça terão prioridade. Um dos exemplos é com relação à morte de um torcedor, após um confronto entre torcidas organizadas do CRB e América de Natal num jogo no estádio Rei Pelé.

O Procurador Geral de Justiça, Sérgio Jucá, convocou para amanhã uma reunião com o diretor da Perícia Oficial e do Centro de Ciências Biológicas (CCBI) para cobrar celeridade da conclusão das obras do Centro, onde irá funcionar provisoriamente a sede do IML. Segundo Mansur, a conclusão da obra irá solucionar boa parte dos problemas do órgão, já que a estrutura sairia do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) e de Arapiraca.

O promotor José Antônio Malta Marques cobrou a responsabilidade pelo atraso nas obras do espaço. “Chegou a hora de cobrar dos responsáveis um prazo para a entrega do prédio. Estamos em uma situação de guerra e precisamos de urgência", frisou. Já o coordenador da delegacia e homicídios vai fazer um levantamento dos casos que merecem urgência e encaminhar à promotora e ao IML para que os exames sejam iniciados.

Participaram do encontro a promotoria de Justiça de Controle da Atividade Externa Policial, promotores de Justiça do Tribunal do Júri, Conselho Estadual de Segurança Pública, Polícia Civil e CPFOR discutem medidas para dar andamento aos inquéritos e as denúncias que estão ainda sem conclusão por causa da falta dos exames cadavéricos.