O município de Atalaia, na zona da mata alagoana, foi escolhido para um grande simulado de prevenção de danos e desastres que será gerenciado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Alagoas (Cedec) e pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Senad), órgão vinculado ao Ministério da Integração Nacional, do governo federal. A informação é do novo coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel do Corpo de Bombeiros Militar Edvaldo Nunes, que assumiu recentemente o órgão.  O simulado ocorrerá entre 9 e 13 de abril.

“Como em abril já começamos a entrar na chamada quadra chuvosa, o Ministério da Integração Nacional junto com a Defesa Civil estarão coordenando esse simulado para evitar novos desastres, como o ocorrido na tragédia de 2010, quando nosso Estado teve várias cidades destruídas com a enxurrada que se abateu sobre Alagoas”, lembrou Nunes. 

Com foco na prevenção e a estruturação das coordenadorias  municipais dos 102 municípios – responsáveis pela operacionalização em casos de desastres e fenômenos da natureza - o simulado tem por objetivo elaborar planos de contingência para orientar as coordenadorias como agir em situações semelhantes às vividas em 2010.  

“A cidade de Atalaia foi escolhida por dois motivos: primeiro  porque atualmente possui uma das melhores estruturas na sua coordenação municipal de Defesa Civil no Estado em termos de operacionalização em casos de desastres ocasionados por chuvas intensas. Segundo, por apresentar condições geográficas que dificultam o trabalho da Defesa Civil, e se constitui em um case para sabermos melhor agir”, explicou o oficial.   

Capacitação das coordenadorias

Nunes explica que no sumulado haverá oficinas de capacitação, construção de planos de ação, palestras sobre mapeamento de risco, sistema de monitoramento, a como elaborar um decreto de situação de emergência, estado de calamidade, assim como o exercício de desocupação de uma área de risco com mobilização”, completa Nunes.

“Em função disso, é essencial a participação das 102  Coordenadorias Municipais de Defesa Civil, porque são elas, efetivamente, que operacionalizam o trabalho nos seus municípios”, alerta o coordenador da Defesa Civil.

Sobre quais regiões no Estado são mais suscetíveis a desastres como o ocorrido em junho de 2010, Nunes lembra: “São basicamemente as mesmas  daquela tragédia por onde passam os rios nos municípios do Vale do Paraíba e do Rio Mundaú”, ressalta. 

Nunes informa que atualmente apenas as Coordenadorias de Defesa Civil de cidades como Maceió, Atalaia, Marechal Deodoro e União dos Palmares (que tem status de secretaria) apresentam hoje as melhores estruturas para lidar com desastres como a enxurrada de 2010. “Os gestores públicos municipais precisam se conscientizar de que não basta agirem apenas quando o problema aparecer, e sim se antecipar a eles. Nas capacitações, por exemplo, a participação ainda é tímida”, alerta.

 Defesa Civil potencializa ações na seca

 O coronel Edvaldo Nunes informou que a Defesa Civil está coordenando várias frentes já encaminhadas para amenizar também uma das maiores secas dos últimos 40 anos em Alagoas e no Nordeste. “Atualmente temos credenciados 305 carros-pipa e já habilitados para a operacionalização imediata nos 37 muncípios atingidos 174 carros”, revela o oficial.

Para isso, acrescenta Nunes, serão repassados à Defesa Civil Estadual somente para administrar as ações dos carros-pipa um total de R$ 5 milhões, provenientes do Ministério da Integração Nacional. O valor total de recursos, além da verba dos carros-pipa, somam R$ 12 milhões e 380 mil. “Estamos esperando somente a disposição financeira de Brasília para a distribuição dos recursos”, informa.

Desses R$ 12 milhões e 380 mil, diz Nunes, R$ 2 milhões e 380 mil são administrados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) para o uso de poços artesianos e dessalinizadores. “Já os outros dez milhões serão divididos para três frentes: carros-pipa, farelo de milho e farelo de soja”, informa o oficial.

Dos 37 municípios atingidos pela seca,  diz Nunes, a Coordenação de Defesa Civil dividiu o Estado em quatro regiões: a primeira base está localizada na cidade de Arapiraca; a segunda em Palmeira dos Índios; a terceira em Santana do Ipanema e a quarta em Delmiro Gouveia.