A possibilidade de vendê-las já foi admitida publicamente por diretores da Eletrobras, mas a decisão final depende de aval do governo, principal acionista da companhia. Segundo reportagem publicada na manhã desta sexta-feira (22), na agência de notícias Reuters, Alagoas e Piauí são os estados brasileiros onde deverá começar a privatização das distribuidoras de energia.

Segundo o balanço mais recente da Eletrobras, as distribuidoras federalizadas (com exceção da empresa do Acre, que não foi incluída na conta) acumularam prejuízo de R$ 852 milhões de reais entre janeiro e setembro de 2012.

Individualmente, as empresas que registraram as menores perdas no período foram justamente a Cepisa e a Ceal. A empresa do Piauí acumulou prejuízo de 11 milhões de reais de janeiro a setembro e a de Alagoas, de 93 milhões de reais.

Os dados repassados pela agência de notícias foram conseguidos através de uma fonte do governo, que afirma que a decisão sobre a venda das empresas depende ainda de uma definição sobre a renovação das concessões no setor.

Concessões no Brasil

As seis distribuidoras que podem ser negociadas estão entre as empresas cujas concessões vencem entre 2015 e 2016. "Sem a definição de como vai funcionar a renovação, fica difícil negociar as empresas", ressaltou a fonte.

No ano passado, o governo definiu as regras e renovou as concessões de geração e transmissão de energia, deixando para 2013 a discussão sobre as 41 distribuidoras cujos contratos vencem entre 2015 e 2016.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o processo de renovação das distribuidoras será iniciado depois que o governo encaminhar a regulamentação com os critérios para os novos contratos.

Em fevereiro, o então diretor-geral da Aneel Nelson Hubner disse que as condições para prorrogar as concessões das distribuidoras deveriam ser anunciados ainda no primeiro semestre e incluiriam exigências de melhorias na qualidade dos serviços.

Consultada pela Reuters, a Eletrobras informou que, até o momento, não recebeu, por parte do acionista majoritário (o governo), nenhuma orientação para vender qualquer distribuidora. Assim, não poderia comentar a hipótese. A ação preferencial classe B da Eletrobras fechou em leve queda de 0,09 por cento, a 11,47 reais, enquanto o Ibovespa recuou 0,81 por cento.