O CadaMinuto entra em seu quarto ano de vida com mudanças significativas, eu poderia, como é tradicional, despejar gráficos com nosso crescimento, mostrar nossos números de acessos, explicar que nunca crescemos tanto como em 2012, mas enfim, desta vez, por tantos motivos, preferi um texto mais autoral, intimista mesmo, coisa que eu me permito face à relação que este portal tem com seus internautas.
 
O ano de 2013 representa para o Cadaminuto a chegada em um patamar inimaginável para um veículo de comunicação alagoano sem amarras com grupos políticos e econômicos. Junto com esta realidade acontece aquele momento em que nos vemos em uma encruzilhada por conta deste crescimento.
 
Como seguir o curso deste crescimento sem perder nossa essência? Nossa razão de existir? E a resposta às vezes não é tão simples. Ignorar o caminho fácil da subserviência em prol da manutenção de um principio, recusar a oferta aparentemente inofensiva em detrimento do jornalismo ou evitar que se ceife o pensamento livre de um personagem que é dissonante a determinada autoridade não são escolhas fáceis, não mesmo.
 
Pouca gente sabe, e me sinto a vontade para compartilhar isto com vocês, mas quase que não conseguimos entrar em nosso quarto ano de vida. A luta é cotidiana, árdua, por vezes injusta, e foi a custo de muito suor, raça e dedicação de todos que fazem parte desta singela trincheira do jornalismo alagoano, que estou aqui, meio que na marra, para usar uma expressão nossa, escrevendo para quase 70 mil de usuários dia.
 
Todo este caminho é feito de perdas e mudanças, que às vezes são necessárias, mas que não deixam de ser dolorosas. Mas estas mudanças, de layout, de tecnologia, de servidor ou do quer que seja, não podem significar uma mudança de atitude, de posicionamento, de postura, pois foram estas que fizeram o CadaMinuto chegar neste patamar.
 
Queria finalizar explicando que a grande mudança do Cadaminuto é não mudar, não abaixar a cabeça diante do poder vigente, não se submeter a ser um instrumento de um determinado grupo político.
 
Decidimos continuar fazendo jornalismo como acreditamos, decidimos continuar buscando a credibilidade, a interlocução direta com nosso público, o oferecimento de opiniões diversas , o espaço para os mais diversos grupos que representam nossa sociedade.
 
Decidimos, por fim, continuar ao lado, do que não existe meio termo, da ética, pode ser que eu não esteja aqui para saudar a entrada de nosso quinto ano, mas que assim seja, porque se não for assim, o Cadaminuto não tem sentido de existir.
 
Muito obrigado a todos que lutaram e nos permitiram estar aqui, incomodando quem tem que ser incomodado, por mais um ano, e finalizo este texto com uma frase que deveria ecoar nas mentes de todos os alagoanos:
 
"Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer." Santo Agostinho
 
Carlos Melo