A Conmebol resolveu fazer jogos sem público ou com estádios menores na Libertadores para punir clubes e seus torcedores. Na teoria, isso significa um prejuízo para a entidade, já que 10% das rendas dos jogos ficam com a confederação.

Mas os cartolas da entidade têm uma fonte de receita alternativa que cobre, com muita folga, o dinheiro perdido por causa das bilheterias fechadas.

Só com os clubes que disputam a Libertadores-2013, a Conmebol deve ultrapassar hoje, com o julgamento do caso da morte do torcedor boliviano em Oruro, a marca de US$ 500 mil no ano, ou cerca de R$ 1 milhão, com aplicação de multas.

E sem risco de não receber, já que desconta o valor das multas das cotas de TV a que teriam direito os clubes.

As multas já aplicadas, para apenas seis clubes, totalizaram US$ 359 mil, ou quase R$ 720 mil. No único jogo já realizado com portões fechados, Corinthians x Millonarios, a Conmebol teria direito a pouco mais de R$ 200 mil de taxa.

Os valores das multas são salgados. Tigre, São Paulo e Vélez foram punidos em US$ 100 mil, valor que também deve ser aplicado a Corinthians e San José. O Grêmio foi penalizado em US$ 35 mil por causa da ‘avalanche’ na Arena.

Por entrar em campo três minutos atrasados após o intervalo, o paraguaio Cerro Porteño foi multado em US$ 14 mil, ou cerca de R$ 28 mil.

A fúria da Conmebol no valor das multas fica muito acima de outras entidades do futebol. No Campeonato Paulista, por exemplo, atraso na entrada em campo resultam em multas de R$ 500 ou R$ 1.000.

A Uefa, a confederação europeia, dificilmente aplica multas por problemas de organização dos jogos. Lá, o mais comum é a penalização por xingamentos racistas, e na maioria dos casos eles ficam abaixo dos US$ 100 mil das multas mais pesadas da Conmebol.

A confederação sul-americana ainda manteve outra fonte de receita tradicional para ele em 2013.

O regulamento até o ano passado previa apenas multa para jogadores que recebessem o cartão amarelo. A partir de 2013, o acúmulo de amarelos também resulta em suspensão.

Mas a Conmebol não abriu mão da multa. E com um aumento, já que antes o primeiro amarelo valia US$ 100 e cada um dos seguintes US$ 200. Em 2013, o primeiro já causa penalização de US$ 200.