Como retaliação pelo uso de telefones celulares na penitenciária San Pedro, seis do 12 corintianos detentos acusados de envolvimento na morte de Kevin Beltrán ficaram presos desde sábado em celas de 1m x 2m, sem iluminação e sem banheiro. Os presos só foram libertados ontem do "calabouço", como definiu a embaixada brasileira em La Paz, após uma viagem feita às pressas por Eduardo Saboia, ministro conselheiro da embaixada. Paralelamente, os diplomatas brasileiros fizeram uma reclamação formal junto ao Ministério Público da Bolívia.

A brusca mudança no caso aconteceu em um momento de otimismo. No sábado, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, reuniu-se com o presidente Evo Morales, e pediu "garantia do direito de defesa dos brasileiros". Apesar do incidente, a defesa tem uma audiência preliminar com as autoridades bolivianas amanhã para solicitar a prisão domiciliar - diretores da Gaviões da Fiel que foram para Oruro após a prisão já alugaram um apartamento caso o pedido seja aceito.

Recurso na Conmebol. Os dirigentes do Corinthians estão otimistas para o julgamento de hoje na Conmebol, às 16 horas (Brasília), para analisar o recurso que tenta reverter a punição de atuar sem torcida na Libertadores. "Nossa fundamentação jurídica é consistente", diz o advogado Luiz Fernando Santoro.

Apesar do otimismo, existe uma tendência de que a punição atual não seja cancelada, mas apenas amenizada e passe a vigorar apenas nos jogos em que o Corinthians seja o visitante. O time paulista não foi penalizado pela morte do torcedor e sim pelo sinalizador