Alvo do Boa Esporte para a sequência da temporada, o goleiro Bruno admitiu, pela primeira vez, em depoimento na tarde desta quarta-feira, no Fórum de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, que a modelo Eliza Samudio foi morta, teve o corpo esquartejado e jogado para cachorros. Segundo Bruno, que culpou Luiz Henrique Romão, o Macarrão, pelo ocorrido e chorou durante parte do seu pronunciamento, o crime aconteceu no dia 11 de junho de 2010 e teria sido cometido por Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, antes anunciado por ele como "Neném".
De acordo com Bruno, acusado de ser o mandante do crime, Eliza e Bruninho - seu filho com a modelo - deixaram o seu sítio (em Esmeraldas-MG) com Luiz Henrique e Jorge Luiz Rosa, seu primo, que na época do crime, era menor de idade. No depoimento, Bruno afirmou que Eliza queria ir para um ponto de táxi, pois queria chegar em São Paulo para resolver problemas particulares. No entanto, apenas Macarrão, Jorge e Bruninho voltaram.
- Desceram do carro o Jorge, muito assustado, e o Macarrão, um pouco mais tranquilo. Estranhei que a criança estava na mão dele, chorando, e perguntei a ele: "Poxa, cadê a Eliza? Pelo amor de Deus, o que vocês fizeram com ela?" - disse o goleiro.
Bruno, aos prantos, ainda explicou que o seu primo foi o responsável por lhe contar como Eliza havia sido morta. Macarrão teria encontrado com Marcos Aparecido dos Santos e seguido o ex-policial civil - que estava de moto - até a cidade de Vespasiano, próxima de Belo Horizonte. Foi na casa de Bola, contratado por Macarrão para o crime, que a modelo teria sido morta e esquartejada.
- O Macarrão chutou as pernas da Eliza. Isso foi o que o Jorge me falou. Ele ainda me falou que a pessoa (Bola) esquartejou o corpo dela e tinha dado para os cachorros comerem - disse Bruno, que garantiu não ter sido o mandante do crime, apesar de se sentir culpado e ter "aceitado" o ocorrido:
- Como mandante dos fatos, não, eu nego. Mas de certa forma, me sinto culpado.
Ainda segundo Bruno, Macarrão não confirmou os relatos de Jorge Luiz e o considerou "louco". O amigo, no entanto, garantiu ter "resolvido o problema que tanto atormentava" o goleiro.
BOLA ANTES ERA 'NENÉM'
Bruno só confirmou que a pessoa antes identificada como Neném era o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, quando Ércio Quaresma, seu ex-advogado e atual advogado de Bola, começou a fazer perguntas.
CONFUSÃO SOBRE A DATA DA MORTE DE ELIZA
Até o depoimento de Bruno nesta quarta, a modelo teria desaparecido no dia 10 de junho - data apontada pela Polícia e pelo Ministério Público -, uma quinta-feira, e não no dia 11, uma sexta, assim como o goleiro destacou.
O depoimento de Bruno, que acontece no terceiro dia do julgamento, ainda não terminou, o que deve acontecer apenas nesta noite.









