Mirella Diniz Garcia, de 19 anos, uma das vítimas do acidente que marcou o desfile Sangue Jovem, escola de samba de uma das principais torcidas organizadas do Santos, tentou salvar a filha pouco antes de sofrer um choque elétrico.

A tragédia aconteceu na madrugada desta terça-feira (12), na Passarela do Samba Dráusio da Cruz, na zona noroeste, em Santos. A alegoria encostou em uma rede elétrica, o que causou o incêndio e um apagão no sambódromo Dráuzio da Cruz. Estima-se que as vítimas tenham recebido uma descarga elétrica de 13,8 mil volts. O carro alegórico trazia uma homenagem a Pelé, maior ídolo do clube praiano.

De acordo com o tio de Mirella, Irineu Fernandes, de 78 anos, a jovem estava assistindo ao desfile da calçada, quando sua filha saiu de perto e correu ao se assustar com a movimentação. Preocupada, Mirella levantou para ir atrás da filha, mas acabou escorregando e encostou no ferro do carro durante a queda, quando sofreu o choque.

A mãe da vítima, Solange Aparecida, também tentou ajudá-la, mas não conseguiu. “Ela tentou salvar a filha, mas quando colocou as mãos nela tomou um choque e caiu para trás”, detalhou Irineu. Solange foi encaminhada para a Santa Casa de Misericórdia de Santos e apresenta um quadro estável, mas não há previsão de alta.

Inconformado com o ocorrido, Irineu criticou a infraestrutura do Carnaval do litoral paulista. “Se o Carnaval de Santos fosse bom, não seria organizado onde é: num lugar afastado e esquecido na cidade”.

O corpo de Mirella será velado no salão de mármore da Vila Belmiro, na tarde desta terça-feira. Além dela, mais três pessoas morreram com a descarga elétrica: Wictor Ferreira (29), Lubenildo da Silva Militão (25) e Leandro Monteiro (27).