O deputado federal Paulo Maluf defendeu o senador Renan Calheiros (PMDB) - como já havia feito quando este era apenas candidato à presidência do Senado Federal - no caso da “petição online” que circula na internet e é contrária a eleição do peemedebista para o o comando da Casa.

Disse Maluf que a petição não representa a população brasileira. Falou o entendido no assunto! Vamos por partes. Primeiro: a petição - ainda que virtual - é um instrumento legítimo de protesto e exercício de cidadania por parte de uma população. Afinal, Renan Calheiros - como homem público - é sujeito a críticas com base em alguns episódios de sua vida pública.

A prova de que o uso das redes sociais é instrumento de manifestação a ser considerado é dado pela própria esquerda, vejam só, e por alguns setores desta que saíram em defesa de Renan Calheiros nos últimos dias. Ou não? Lembram de quando o ex-presidente Lula estava no “olho do furacão” com sua Rosemary? Lembra da hastag #MexeuComLulaMexeuComigo? Pois bem, uma manifestação legítima! Assim como é agora!

Lembram das ações de blogs e pessoas na rede em defesa de Renan? Lembram das que criticavam também? Legitimidade que alcançamos graças à democracia. Respeito muito isto!

Mas, no caso em questão parece que contra “os amigos do amigo” não pode. É preciso enxergar na petição a dimensão que ela tem, como em todas as manifestações por parte de um público. Nem superdimensionar, nem subdimensionar! É claro que um documento de 300 mil assinaturas não representa o todo da população, mas parte significativa que tem direito a se expressar e deve. Somos seres políticos por natureza e ninguém pode tolher isto, seja aqui, alhures ou na internet.

Agora - aí eu concordo - não é mecanismo para se alterar a decisão do poder Legislativo, que ocorreu, por mais que alguns não concordem e critiquem (com razão!), dentro do Regimento Interno daquela Casa. Os senadores entenderam que Renan Calheiros era o melhor entre eles. Os senadores tiveram votos - em seus estados - para isto. Políticos não brotam do chão dos parlamentos, são eleitos! Neste caso, as urnas eletrônicas sempre podem ser lugar de “faxina” caso o eleitor se julgue - como julgaram estes 300 mil - mal representado.

A petição deve se converter em 300 mil votos de faxina. Não todos contra Renan, obviamente, mas contra uma série de senadores, deputados, vereadores, prefeitos, governadores, enfim...se fará diferença ou não, é outra história. Nem por isso, desqualifica ou mostra que estes 300 mil estejam errados em suas opiniões.

Em todo caso, o proselitismo do senhor Paulo Maluf é que é de doer. Assim como a desqualificação do oponente pelos “amigos do amigo”. Houve quem chamasse as pessoas que assinaram a petição de “desocupados” ou de “não engajados, alienados que ficam postando “protestinho” do sofá de casa nas redes sociais”. Eu me pergunto: quem mais entende de fazer guerrilha nas redes sociais? Quem mais entende - e muitas vezes de forma financiada - de sentar o bumbum numa poltrona para ficar postando em facebook e twitter? Com certeza, este não se encontra entre os que assinaram a petição online. Garanto isto.

Que discordem da petição, que rebatam seus argumentos, enfim...agora, desqualificar quem queira usar de sua liberdade de expressão para fazer críticas a Renan Calheiros com base na conduta do próprio senador é um pouco demais. É como atribuir a característica de xenofobia a um jornalista alagoano que repercutiu - em seu espaço - as críticas contra Calheiros. Vejam o exercício de lógica dessa gente: era preciso defender Renan pelo simples fato dele ser alagoano. Isto por si só justificaria a vitória de Alagoas? Sinto muito, mas aprendi lógica de outro jeito.

No mais, torço para que o Senado Federal se fortaleça e venha a atender o que se espera dele. Afinal, país de parlamento fraco é passo para ditadura. O parlamento é fundamental à democracia. Sempre vou torcer por bons mandatos, mesmo sendo eleitos aqueles com os quais tenho divergências extremas. Afinal, a torcida do “quanto pior, melhor” é burrice, maldade pura, é psicopatia para não usar termos bem piores, porém não menos verdadeiros.  

Estou no twitter: @lulavilar