Um caos que pode ter o seu ápice durante o carnaval. Assim o Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), afirmou, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (1º), em seu sindicato, a situação da Saúde em Alagoas, que pode ter um colapso durante o carnaval, época de grande movimento de entrada e saída de pacientes.
As principais reivindicações do sindicato, se referem ao descaso do Estado perante a categoria, já que mais de 70%, não tem vínculos empregatícios, mantendo contratos “de boca” e, ou vinculados a cooperativas que segundo o presidente do Sinmed, Wellington Galvão, são irregulares.
“Fica repetitivo nós falarmos da falta de respeito do Estado para com a categoria, mas é fato. Muitos médicos com acordo de boca estão trabalhando. Por exemplo, uma companheira trabalha no Samu, no HGE e na Santa Mônica e tudo isso na informalidade”. Afirmou.
O ápice deste caos apontado pelos médicos, deve ser um carnaval ainda mais preocupante, tendo em vista o grande movimento de pacientes e a redução do quadro de médicos que estão aderindo a demissão voluntária.
De acordo com o sindicato, há alguns anos o Estado tinha um quadro fixo de 2.500 médicos, que vem reduzindo de forma considerável e hoje está na casa dos 1.600 servidores, que ainda pode diminuir, devido a demissão em massa que vem acontecendo.
Segundo Wellington Galvão, os médicos que tem contrato com o Estado, podem pedir desligamento, mas terão que respeitar o prazo de 30 dias. Por outro lado, os prestadores de serviço, podem deixar a saúde pública a qualquer momento.
“Essa saída de médicos irá prejudicar ainda mais o atendimento, e não é culpa deles. Precisamos mostrar o que está acontecendo. Na Santa Mônica, o que acontece é noticiado, mas no HGE, por exemplo, as coisas são jogadas para baixo do tapete”, disse Galvão, se referindo principalmente as imagens do Hospital Geral do Estado, mostrando o caos na unidade.
Uma das imagens mais fortes, mostra uma paciente aparentemente desacordada, dentro de um carrinho que recolhe materiais hospitalares, porque não conseguiu ser levada ao banheiro. Outras imagens mostram a área vermelha do hospital superlotada, enquanto outras pessoas são tratadas no chão, enquanto funcionários varrem a unidade.
A superlotação foi outro ponto, uma vez que pacientes são tratados e até morrem em cima de macas, o que é inadmissível para o sindicato. “Maca serve apenas para transporte de pacientes. Nas imagens é possível pessoas por vários dias em macas, o que força outras a serem atendidas no chão”, disse.