O ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PSD) rompeu o silêncio, mas ainda não rebateu com consistência o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB) que apontou - no dia de ontem, 31 - um verdadeiro caos administrativo e financeiro deixado pela gestão anterior.

Almeida - em entrevistas à imprensa - negou a existência de um programa pirata para rodar a folha de pagamento de pessoal do Executivo, bem como qualquer ilegalidade nesta. O ex-gestor destacou ainda que “não há fundamento” no que foi apresentado pelo tucano Rui Palmeira.

Quanto a este ponto, tudo ficará claro a partir do momento que Rui Palmeira cumprir sua promessa de apresentar os dados coletados - com documentação que os comprovem - ao Ministério Público Estadual, por meio de representação. Só assim, para saber quem se encontra com a verdade. No mais, é jogo declaratório de ambos os lados.

O que foi apresentado por Rui Palmeira é muito sério. Cabe ao prefeito se defender dos pontos expostos, rebater um a um com bem mais consistência do que fez até agora. Mas, cabe também ao prefeito Rui Palmeira levar as provas do que foi dito a quem de competência. Em coletiva, o tucano disse que faria.

A primeira fala de Cícero Almeida foi ao site G1/AL. Ele salientou que o débito encontrado na Prefeitura Municipal é fruto de uma herança deixada pelos ex-gestores Ronaldo Lessa (PDT) e Kátia Born (PSB). Segundo Almeida, a dívida somaria R$ 400 milhões. Dos quais foram pagos R$ 200 milhões.

É bom deixar claro: Rui Palmeira não culpou Almeida por uma dívida consolidada do município. Porém, o culpou por uma série de supostas irregularidades datadas da gestão de Cícero Almeida que somam um débito parcial de R$ 149 milhões que nada tem a ver com a dívida consolidada que - segundo o prefeito Rui Palmeira - é de R$ 303 milhões. Logo, são dois assuntos em separados.

São os procedimentos - envolvendo Oscips, Saúde, Educação, SMTT, IPREV e outros órgãos - que somam R$ 149 milhões que precisam ser explicados. Diante desta situação apontada, Almeida diz que se existe uma dívida milionária, não foi ele quem deixou. Palavras ditas a equipe de reportagem do G1/AL. Outras aqui postas, foram das entrevistas às rádios.

“Quanto deixei a prefeitura deixei saldos”, afirma ainda. Ele fala de recursos em cofre e diz que no IPREV há R$ 138 milhões. Estaria então Rui Palmeira faltando com a verdade para fazer jogo político? Bem, para cada um destes números existem comprovações que o chefe do Executivo agora deve mostrar.

Um exemplo disto é na situação das Oscips. Que se apresente os contratos e os comprovantes do pagamento por indenização. Que saiam do jogo de “declaração para lá, declaração para cá”. Afinal, o cidadão precisa saber da real situação do município já.

Ainda em entrevista à imprensa, Cícero Almeida informou que pretende reunir os antigos secretários das pastas que foram citadas pelo tucano Rui Palmeira na busca de coletar dados e comprovar a real situação dos cofres públicos da capital alagoana. Que Almeida o faça e se inocente for, que seja esta inocência reconhecida. Caso contrário, que as representações que serão feitas ao Ministério Público Estadual ganhem seu curso, com as evidências e as comprovações substanciando-as.

Mais sobre o assunto, o CadaMinuto traz uma excelente reportagem de Vanessa Siqueira que pode ser lida aqui!

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