O inusitado senador Eduardo Suplicy (PT) – que sempre chamou mais atenção pelo adjetivo “inusitado” que pelo cargo de senador – resolveu dar conselhos ao também senador e candidato à presidência do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB).
Calheiros vem “sofrendo e muito” com matérias jornalísticas que apontam supostas malfeitorias do “homem forte de Murici”. O peemedebista viu na prática o quão foi acertada a estratégia de ficar em silêncio até a reta final, se lançando candidato somente agora. A pancada poderia ter sido maior e atrapalhado os planos.
Por outro lado, é injusto – para não dizer intelectualmente desonesto – afirmar que as reportagens são todas requentadas, ainda que sejam – vá lá! - orquestradas. A posição de vitrine de Calheiros é natural do cargo que disputa, o que aguça interesse. Renan Calheiros – mais do que ninguém – sabe disso. Dizer que tudo é um “jogo para derrubá-lo” é uma inverdade.
Muitos foram os casos mostrados agora que só vem a somar a lista do questionável comportamento do parlamentar, que precisa e deve ser explicado por ele mesmo. Só para citar: o caso da manutenção da sede do PMDB, o caso da construtora do Minha Casa, Minha Vida e por aí vai...
Quanto ao caso envolvendo a Procuradoria Geral da República. Aí sim, se admite a pergunta: por qual razão não se agiu antes? Se admite a estranheza. Mas ainda assim, se há processo, que Renan Calheiros prove na Justiça sua inocência. Se inocente for, aplausos e reconhecimento. Se culpado for, o rigor da lei.
Mas, diante de tudo que vem se somando na imprensa sobre o favorito e quase eleito senador Renan Calheiros, Eduardo Suplicy – o filósofo-conselheiro – resolveu dar o ar da graça, desta vez – ao menos aparentemente – sem fazer graça. O petista enviou carta ao peemedebista pedindo que Renan Calheiros desista da disputa do Senado Federal.
Renan Calheiros precisa explicar – e bem explicado! – as denúncias recentes que pesam contra ele. É um homem público e deve tais satisfações. É óbvio que tais denúncias levam a reflexão sobre sua a ida à presidência em já tão desacreditada Casa em função dos recentes escândalos, sendo um deles envolvendo o próprio Renan Calheiros.
Mas, a carta de Suplicy serve de quê? O petista quer externar sua revolta? A carta vai com cópia para o presidente do PMDB, Valdir Raupp e se faz em prol da candidatura do senador Pedro Simon (PMDB). A carta de Suplicy não passa de uma “revolta” pessoal que em nada – em nada mesmo! – vai alterar o cenário. Terá outra razão? Bem, independente de carta, segue tudo como antes...
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