A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) reuniu, nesta quinta-feira (24), na sede do órgão, os multiplicadores do teste rápido de HIV/Aids para atualização e definição de uma agenda de capacitações para 2013. Na ocasião, foram abordados ainda o perfil epidemiológico da Aids em Alagoas e as propostas para o controle da doença nas cidades alagoanas ao longo deste ano.
Segundo a gerente do Núcleo de Saúde da Mulher da Sesau, Carmen Nascimento, foram capacitados pelo Ministério da Saúde (MS) 27 profissionais para atuarem como multiplicadores dos conhecimentos quanto à realização do teste rápido. Além disso, 35 municípios também foram qualificados. “Muitos, porém, não estão fazendo ou não conseguiram implantar o exame”, disse.
A diretora de Vigilância Epidemiológica da secretaria, Cleide Moreira, ressaltou a necessidade de intensificar as ações. “Precisamos dar mais ritmo a essa questão. O objetivo hoje foi traçar o perfil, ver o que foi feito e o que ainda falta fazer. Vamos capacitar os responsáveis em todo o processo, desde o teste até o aconselhamento e precisamos avançar o máximo que pudermos”, afirmou.
A gestora destacou que a reunião também teve como propósito identificar as dificuldades enfrentadas pelos multiplicadores, além de alinhar as estratégias nas cidades prioritárias, que serão as primeiras a receberem as qualificações. Os profissionais treinados pelo ministério estão aptos a repassar o conhecimento para as equipes do Programa de Saúde da Família (PSF).
Na ocasião, foram repassadas ainda noções sobre a Rede Cegonha, uma vez que a capacitação de todas as Unidades Básicas de Saúde para a realização do exame é uma das metas estabelecidas pelo programa. A estratégia da rede é garantir à mulher uma atenção humanizada e, à criança, o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Perfil epidemiológico
De 1986, quando foi registrado o primeiro paciente com Aids em Alagoas, a 2011 foram notificados 3.854 casos da doença. A taxa de detecção atual é de 11,1 para cada cem mil habitantes, colocando o Estado em quarto lugar no ranking do Nordeste. A faixa etária com maior incidência é a de 30 a 39 anos, predominando a infecção de homens – 67% contra 33% em mulheres.
A epidemia também atinge principalmente a população de baixa escolaridade, com um a sete anos de estudo. A maior parte dos casos foi registrada em Maceió (91%), o que faz com que a cidade ocupe a 17ª posição entre as capitais brasileiras. Na taxa de incidência o município de Matriz do Camaragibe ficou em primeiro lugar no Estado em 2011, com índice de 25,2.
Já o índice de detecção entre as gestantes apresentou uma melhora entre os anos de 2007 e 2011, passando de 40,5% para 67,5% – com 120 casos esperados e 81 detectados em 2011 contra 126 esperados e 51 detectados há seis anos. Atualmente, Alagoas possui ainda sete cidades silenciosas, sem a notificação da doença.
Para aperfeiçoar o combate à doença, foi elaborado um plano estadual, que prevê a ampliação do acesso ao diagnóstico, ao teste rápido e às capacitações, além de distribuição de material educativo e aquisição e fornecimento de fórmula láctea infantil, kits de emergência e geladeiras para os municípios prioritários e de medicamentos para infecções oportunistas.