A Agremiação Carnavalesca “Ovo da Madrugada” desfilará em Penedo na manhã do próximo sábado, 26, e promete arrastar milhares de foliões pelas históricas ruas da cidade. Ao som de muito frevo e alegria a festa deve durar todo o dia, no intuito de resgatar o carnaval de rua na cidade que fica localizada as margens do rio da Integração Nacional, o Velho Chico.
Assim como em outros anos, a concentração para o bloco acontecerá a partir das 10 horas na Praça Jácome Calheiros, mais conhecida como “Praça do Coreto”. Quatro orquestras de frevo, misturadas com os bonecos do carnavalesco “Tadeu”, estão encarregadas de agitar o sábado no município ribeirinho.
Na ocasião, o bloco que é considerado a maior agremiação carnavalesca de Penedo, comemorará cinco anos de muito sucesso. Mesmo tendo sido criado em uma roda de amigos, numa mesa de bar, o “Ovo da Madrugada” tem dado certo e crescido gradativamente pela forma como vem sendo conduzido pelos seus idealizadores, pessoas de mente aberta e que entendem a importância da preservação da cultura.
Quem quiser adquirir a camisa do “Ovo” precisa correr, pois segundo os organizadores, restam apenas poucos kits. As blusas custam R$ 20 e estão sendo vendidas no Restaurante Boca Cheia. A estimativa dos responsáveis pelo evento é de que mais de 8 mil foliões participem da prévia carnavalesca que contará ainda com a presença de carros-pipas espalhados em locais estratégicos para saciar o calor da multidão.
Os foliões que quiserem aprender o hino oficial do bloco podem apertar no player localizado acima do início do texto e ouvir quantas vezes quiser. A voz que registrou o hino com a Lira Traipuense é do cantor penedense Edvânio Moraes. A letra e a música do hino foram produzidas pelo médico gastroenterologista e músico Luiz Paulo Reis Galvão, irmão de Ana Elisabete, carinhosamente conhecida em Penedo como Betinha.
Mela-mela: brincadeira ou violência?
Nas redes sociais as pessoas se dividem sobre a questão do mela-mela. A brincadeira teve início no século passado, onde antes do baile de carnaval, na época chamado de “entrudo”, os foliões desfilavam em carro aberto e muitas pessoas assistiam esse desfile das janelas de suas casas. Acontece que, revoltados, aqueles que por questões financeiras não conseguiam participar da elegante festa, seguiam a pé lançando água, ovos e farinha nas pessoas que desfilavam e no público que de suas residências assistia o cortejo da alegria.
Em algumas cidades, a exemplo do município de Neópolis, considerado como a capital sergipana do frevo, a prática é bastante utilizada pelos foliões. No entanto, em outras cidades o mela-mela acabou assumindo aspectos violentos, chegando a ser mesmo proibido pela polícia.
Para a jovem Aline Almeida, o mela-mela não pode ser proibido. “Carnaval com repressão nem combina. Quem não gosta de mela-mela arruma um camarote, uma fantasia de urso completa e não vai ficar melado. O que não pode é proibir as pessoas de brincar, jogando maisena, ki-suque, farinha de trigo e outras coisinhas que não prejudicam ninguém... Afinal tudo isso sai com água e sabão”, postou a jovem na fã page de um dos organizadores do “Ovo da Madrugada”, o ativista cultural Junior Dantas.
Já para Ana Carolina Leite, o mela-mela tem que ser proibido. “O problema é que as pessoas que estão defendendo o mela-mela não devem ter ido ao ovo no ano passado, onde o pessoal estava usando até tinta de carimbo. Eu não me importo com maisena, farinha, coisas inofensivas, mas tinta de carimbo, como a que manchou a pele de muita gente por mais de um dia, estragou roupas e que poderia causar mal à saúde, sou sim contra”, declarou a jovem na rede social.