O prefeito de Feira Grande, Veridiano Almir, mal tomou posse e já se deparou com um problema de grandes proporções. Segundo ele, praticamente todas as ações administrativas do Município estão inviabilizadas por conta das diversas irregularidades deixadas pela gestão anterior. Preocupado com a situação, um dia após assumir o comando da Prefeitura, Veridiano Almir, em seu primeiro ato, decretou estado de emergência administrativa no Município.

De acordo com o prefeito, documentos administrativos importantes foram retirados dos armários da Prefeitura sem qualquer tipo de explicação. Até mesmo a folha de pagamento e outros documentos relativos aos servidores, a exemplo de contracheques, não foram encontrados, o que, segundo ele, poderá inviabilizar o fechamento da folha no mês de janeiro. “A listagem dos servidores foi entregue incompleta e, por conta disso, tivemos que iniciar um recadastramento, uma vez que não sabemos quem são e quantos são os funcionários do município”, lamentou Veridiano.

Além disso, foram descontados cerca de R$ 234 mil da parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), creditada no último dia 10. O desconto, que corresponde a quase 50% do valor total do repasse, foi utilizado para cobrir as obrigações previdenciárias que deveriam ter sido quitadas no final da gestão anterior.

O atual prefeito afirma ainda que encontrou secretarias praticamente abandonadas, com computadores sem HD e quase nenhum documento disponível nas gavetas e armários. De acordo com o procurador do Município, José Eduardo do Nascimento Gama Albuquerque, por recomendação do Ministério Público foi tentada uma transição no mês de dezembro, porém, a documentação entregue foi insuficiente.

José Eduardo alertou ainda que a falta de documentação também está inviabilizando as informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) ao Ministério do Trabalho e da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF). Caso a RAIS não seja entregue o servidor corre o risco de não receber o PASEP no mês de junho.

Consignados
Outro problema detectado pela secretaria de Administração tem relação com os empréstimos consignados. Vários servidores tiveram a parcela descontada de seus vencimentos, mas o valor não foi repassado para a Caixa Econômica Federal, que poderá negativar os nomes dos servidores junto aos órgãos de proteção ao crédito.

Medidas
Os procuradores José Eduardo e Gustavo Calado afirmam ainda que está sendo criada uma comissão provisória para auditar as contas da Prefeitura. O setor jurídico também vai ingressar com uma ação de improbidade administrativa, assim como comunicar a situação ao Ministério Público, visando responsabilizar o ex-gestor pelas falhas cometidas.onsabilizar o ex-gestor pelas falhas cometidas.